Boris por um fio, um debate cordial e o adeus a Sassoli à sombra da novela Djokovic
Sete dias que levaram os alunos de volta às aulas, Boris Johnson de volta às polémicas, Djokovic de volta às manchetes e Costa e Rio de volta aos debates.

SÁBADO
Após 50 mil visitas, Hergé despede-se da Gulbenkian

A relação entre Hergé e Portugal é longa e contraditória. Se foi o português a primeira língua para a qual as aventuras de Tintin foram traduzidas, George Rémi (o verdadeiro nome do belga de cuja imaginação e traço nasceu o repórter da poupa) odiava as cores berrantes com que os responsáveis pelo Papagaio, o jornal infantil onde os seus desenhos eram publicados, os pintavam. Por outro, foi o seu editor português, Adolfo Simões Müller, quem lhe matou a fome durante a II Guerra Mundial, pagando-lhe em latas de sardinha. Esta ligação a Portugal não esteve patente na exposição sobre Hergé que terminou neste fim de semana após ser vista por 50 mil pessoas na Gulbenkian. Mas não faltava muito que ver, nem sequer os primeiros desenhos do Sr. Oliveira da Figueira, o comerciante português que aparece pela primeira vez no álbum Os Charutos do Faraó.
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DOMINGO
Globos de Ouro via Twitter mas com sabor coreano

Boicotados por atores e realizadores, os Globos de Ouro estiveram longe do glamour de outros tempos, com os vencedores a serem anunciados no Twitter e na página da Hollywood Foreign Press Association (HFPA) - sem direito sequer a transmissão televisiva. Com a reputação tremida e envolta num incómodo silêncio mediático, na sequência de notícias sobre práticas discutíveis e problemas de inclusão, a HFPA parece ter feito um esforço para desmentir os críticos. Numa noite em que os grandes vencedores foram O Poder do Cão, de Jane Campion, e a série Succession, Michaela Jaé Rodriguez, da série Pose, tornou-se na primeira transgénero a receber o Globo de melhor atriz. E o veterano Oh Yeong-su confirmou o "momento" sul-coreano em Hollywood ao vencer um Globo de melhor ator secundário numa série dramática, Squid Game.
SEGUNDA
Regresso às aulas com novas regras e menos isolamentos

Depois de um fim de semana focado na vacinação de pessoal docente e não docente e com cerca de 300 mil crianças entre os 5 e os 11 anos inoculadas, o regresso às aulas decorreu com normalidade por todo o país - para alívio de muitos pais. Adiado por uma semana para "contenção" da covid no período pós-festas, o regresso ao ensino presencial tem agora de lidar com a vaga de infeções pela variante Ómicron. E para isso conta com novas regras, sendo a mais significativa que os alunos deixam de estar obrigados a isolamento quando houver um caso positivo na mesma turma.
TERÇA
O adeus da Europa a David Sassoli, um "europeu dedicado"

"Um dia triste para a Europa", foi assim que Ursula von der Leyen descreveu esta terça-feira que acordou com a notícia da morte de David Sassoli A presidente da Comissão Europeia lembrou o presidente do Parlamento Europeu, de 65 anos, como um "homem bom e de sorriso fácil". "Europeu dedicado", "grande democrata", grande europeísta", "europeu apaixonado", foram muitas as homenagens ao italiano que começou a carreira como jornalista antes de dar o salto para a política. Profundo conhecedor dos corredores da UE, o social-democrata liderou o Parlamento Europeu com mão de ferro durante dois anos e meio. Após vários problemas de saúde, já anunciara que não se recandidatava. Morreu uma semana antes de ser eleito o seu sucessor.
QUARTA
Boris pede desculpas mas está nas mãos de Sue

Segunda-secretária permanente do gabinete do primeiro-ministro, Sue Gray passou por estes dias de quase desconhecida a uma das pessoas mais importantes do Reino Unido. É nas mãos desta funcionária de carreira, ao serviço dos governos britânicos desde os anos 1970, que está o inquérito às festas no número 10 de Downing Street no pico do confinamento britânico. Pressionado pela oposição trabalhista - e também por alguns no seu partido conservador - para se demitir por ter violado as regras, Boris Johnson pediu desculpas nesta quarta-feira, reconhecendo a "raiva" de milhões de britânicos ao pensarem que "as regras não estão a ser seguidas pelas pessoas que as fazem". Será suficiente? A verdade é que o primeiro-ministro britânico parece estar cada vez mais por um fio.
QUINTA
Rio-Costa: debate intenso com diferenças bem à vista

Serviço Nacional de Saúde, TAP, justiça, impostos, salário mínimo, governabilidade - quem viu o debate entre António Costa e Rui Rio não teve dúvidas sobre as diferenças entre os dois candidatos às legislativas de 30 de janeiro. O primeiro-ministro e líder do PS e o líder do PSD mantiveram um tom cordial neste frente-a-frente no Cineteatro Capitólio, mas não pouparam ataques um ao outro. Insistindo que "o resultado desejável é uma maioria do PS", mas se tiver de governar em minoria Costa admitiu duas hipóteses: governar com o PAN que "não contribuiu para esta crise" ou peça a peça "como Guterres". Já Rio alertou para a entrega do governo a Pedro Nuno Santos e ao BE. Dia 30 saberemos o veredicto dos portugueses.
SEXTA
Novo episódio no braço-de-ferro entre Austrália e Djokovic

O governo australiano cancela o visto de Novak Djokovic. Pela segunda vez. Este é o último episódio no braço-de-ferro entre o número um do ténis mundial, que recusa vacinar-se contra a covid-19, e as autoridades da Austrália empenhadas em não o deixar entrar no país, que viveu duros confinamentos por causa da pandemia. Tudo começou a 6 de janeiro, com o visto de entrada do tenista sérvio cancelado pouco depois de o nove vezes vencedor do Open da Austrália aterrar no país. Detido durante vários dias num hotel, viu mais tarde um juiz reverter a decisão, apenas para agora voltar a ficar em risco de ser deportado e proibido de entrar no país por três anos. Hoje deverá voltar a ser detido, mas a novela promete continuar.