Aliança. Santana entrega assinaturas no TC na próxima semana

Pedro Santana Lopes já tem as 7500 assinaturas para fazer nascer o novo partido. A Aliança vai ter duas sedes, uma em Lisboa e outra no Porto.
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"É um recorde absoluto em tempo!" Foi assim que Pedro Santana Lopes disse ao DN já ter as 7500 assinaturas necessárias para o seu novo partido. Na próxima semana entregará no Tribunal Constitucional todo o processo para que nasça a Aliança.

O antigo primeiro-ministro faz questão de sublinhar que "em 21 dias e em pleno agosto conseguimos isto". Todas as outras forças políticas que nasceram, garante, demoraram muito mais.

"A Aliança vem aí", diz, satisfeito, Santana, com a adesão popular à constituição do partido. O antigo líder social-democrata, que deixou o PSD no início de agosto, agradece a "mobilização extraordinária" das pessoas no país, mas também "muitos emigrantes que nos fizeram chegar as assinaturas por correio".

"É um processo exigente, mas conseguimos. Quero que a Aliança nasça rapidamente!", garante ao DN.

A recolha de assinaturas decorreu em vários pontos do país, nomeadamente em Lisboa, Porto, Leiria e Figueira da Foz. Processo que Santana acompanhou de perto. Os núcleos de coordenação do novo partido vão nascer nos vários distritos, mas a Aliança terá duas sedes em simultâneo, em Lisboa e no Porto. Pedro Santana Lopes não quer ainda revelar a sua localização.

A rapidez na constituição da nova força permite preparar a campanha às primeiras eleições de 2019 com algum tempo de distância. Santana já fez saber que não será cabeça-de-lista na corrida ao Parlamento Europeu, mas terá agora de encontrar o candidato certo para o primeiro e importante teste eleitoral. Dos nomes que vão compor os órgãos nacionais da Aliança ainda se sabe pouco.

O perfil da nova força, esse, está traçado por Santana: "Somos um partido personalista, liberalista e solidário. Europeísta, mas sem dogmas, sem sentir qualquer cartilha e que contesta a receita macroeconómica de Bruxelas."

Com um símbolo de cor azul, os estatutos da Aliança vão prever a criação do Senado, com a representação das diferentes regiões do país, com o objetivo de aproximar eleitos dos eleitores, tal como a consagração da figura do simpatizante.

E o partido vai ser financiado como? "Vamos ter um empenho muito forte para cativar o apoio financeiro dos apoiantes e militantes através de crowdfunding", garantiu Santana ao DN em meados de agosto. E mostrou-se muito confiante no resultado: "Se tive muitas pessoas a querer aderir a um partido ainda sem saber o nome..."

Na declaração de princípios do novo partido lê-se que "Portugal precisa de reforçar a sua atitude perante a União Europeia". A nível nacional o "imperativo absoluto" é o combate à desertificação e ao abandono do território. O Sistema Nacional de Saúde é pensado como parte de um todo mais vasto, que permita seguros de saúde eficazes" com o Estado a acompanhar esse esforço dos portugueses com "deduções fiscais efetivas". No plano económico, Santana quer Orçamentos do Estado "equilibrados" e um rigoroso "controlo da despesa pública", através de "políticas de consolidação da dívida pública que não limitem a margem de manobra orçamental" e ainda uma forte redução da carga fiscal.

"A Aliança funda-se nos princípios e valores do personalismo com o respeito pela vida, pela pessoa e pela sua dignidade, sempre no centro de todas as decisões; defensora do liberalismo, que promove a liberdade económica e a iniciativa privada como motores principais de crescimento; dinamizadora dos valores da solidariedade na relação das pessoas com a comunidade e no modo como esta organiza as suas responsabilidades e os seus deveres para com os indivíduos, promovendo o valor da justiça social também através da igualdade de oportunidades", lê-se na declaração de princípios.

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