Exército já tem mais 326 militares. Força Aérea supera expectativas

Num primeiro balanço aos concursos das Forças Armadas, todos os ramos tiveram, até agora, mais candidatos do que vagas disponíveis. No caso da Marinha, há ainda um processo a decorrer, que termina segunda-feira. Mais concursos ainda este ano.
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Ao todo, são 326 os novos militares que o Exército já incorporou desde o início do ano. O número é avançado ao DN por fonte deste ramo das Forças Armadas que confirmou ainda que, desde o início do ano, já foram recebidas 865 candidaturas para um total de 750 vagas nos concursos de janeiro, fevereiro, março e abril (o Exército tem 2500 lugares abertos ao longo de 2023). Destas, a esmagadora maioria foram candidaturas feitas no continente (784). As restantes, distribuem-se pelos Açores (51) e pela Madeira (30).

Mas o cenário positivo não se verifica só neste ramo. Também a Força Aérea recebeu mais candidaturas do que as vagas que tem disponíveis, existindo um total de 495 candidatos para 389 lugares a concurso. Conforme explica ao DN fonte da Força Aérea, 160 destas candidaturas "destinam-se a preencher as 99 vagas disponíveis para a categoria de Oficiais e 335 destinam-se às 290 vagas para a categoria de Praças". No entanto, ressalva a mesma fonte, neste caso concreto a fase de classificação e seleção ainda decorre e, por isso, "não é possível aferir vagas preenchidas".

No caso da Força Aérea, este número acaba por ser um contraste relativamente àquilo que se verificava na reta final dos concursos (que terminaram a 24 de março). À entrada para a última semana de candidaturas, fonte do ramo dizia ao DN que os números até àquele momento estavam "abaixo das expectativas e da ambição estratégica" que a Força Aérea tem.

Por exemplo: a 15 de março, tinham sido recebidas 365 candidaturas (109 para a categoria de oficiais e 256 para praças). Então, a que se deve esta mudança no número de pessoas a concorrer à Força Aérea? Não se sabe. Ao DN, fonte do gabinete de Relações Públicas deste ramo refere que, para já, não é possível apurar uma relação concreta para este aumento de candidatos, e, frisa, "é possível que, destas 495 candidaturas nem todas signifiquem incorporações, porque as provas de seleção decorrem e há critérios muito apertados".

E a Marinha? No caso deste ramo em concreto, o concurso de formação de Sargentos (para as classes de eletrotécnicos e maquinistas navais) encerrou "com cerca de 50 candidaturas para 10 vagas", revela fonte do ramo. Para já, há ainda um concurso aberto, para recrutar Praças em várias classes, que terminará na próxima segunda-feira (dia 10). Também na próxima semana, diz a mesma fonte, "há previsão de abrir um novo concurso, que será dirigido especificamente para a área da informática", com uma especialização em ciberdefesa.

Neste caso, segundo explica o site da Marinha, "após a realização do Curso de Formação Básica de Praças, com formação específica na área de informática, os 25 candidatos mais bem classificados, e que possuam o 12.º ano de escolaridade, efetuarão uma especialização em ciberdefesa, com a duração de cerca de um ano, na Escola de Ciberdefesa, do Estado-Maior-General das Forças Armadas".

Além deste concurso, também os outros dois ramos têm planos para abrir mais processos de recrutamento.

No caso do Exército, que abrirá um total de 345 vagas (105 para o Curso de Formação de Oficiais e 240 para o Curso de Formação de Sargentos), deverá acontecer em julho. Já a Força Aérea prevê lançar um novo concurso "para o regime de contrato" no final do próximo mês. E, no início de maio, "será lançado um concurso para admissão aos cursos da Academia da Força Aérea".

Para os concursos abertos este ano, os diferentes ramos melhoraram as estratégias divulgação da abertura de vagas. A Força Aérea, por exemplo, apostou em vídeos promocionais em redes sociais e plataformas online, como o YouTube ou o Spotify. E, assume fonte do gabinete de Relações Públicas, podem ter ajudado ao resultado final do processo de candidaturas, uma vez que o concurso "decorreu em contraciclo com o calendário escolar" e isso era um constrangimento assumido. Portanto, diz a mesma fonte, "a adesão acabou por corresponder às expectativas".

Já no caso do Exército - que além de perfis nas redes sociais tem também um canal no WhatsApp para esclarecer dúvidas -, o ramo assume que, este ano, "foram implementadas e melhoradas as técnicas de comunicação com o público-alvo" e que isso resultou num aumento dos seguidores "de forma global". Tal verifica-se no número de acessos ao site da candidatura online. Em 2022, as entradas através do Facebook foram, ao todo, 4914. Este ano, até 4 de abril, já foram contabilizados 6394 acessos. E, através do Instagram, até 4 de abril, revela fonte do gabinete de Relações Públicas, tinham sido contabilizados 7105 acessos ao site de candidaturas (menos 4200 do que em todo o ano passado).

495: Ao todo, a Força Aérea recebeu 495 candidaturas para 390 vagas. À entrada para a última semana, as expectativas apontavam para um número mais baixo, que não se confirmou.

326: Com o concurso para Praças a decorrer ao longo de todo o ano (2500 vagas), já foram incorporados 326 militares nos cursos de formação de Oficiais e Sargentos do Exército.

50: Na Marinha, ainda há um concurso aberto (termina segunda-feira), para Praças. O curso de formação de Sargentos teve 50 candidatos para 10 vagas.

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