Portugal vai manter-se "presente e pronto" na Aliança Atlântica, que 70 anos após a fundação tem de voltar a "fazer valer princípios e estratégias para um mundo mais livre, mais justo, mais aberto, mais respeitador da dignidade da pessoa e dos seus direitos"..A afirmação foi feita na quinta-feira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia militar com que Lisboa celebrou os 70 anos da assinatura do Tratado de Washington - capital onde os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 29 aliados se reuniram e anunciaram um pacote de medidas militares para conter a "ameaça russa" no mar Negro..Nessa reunião, que contou com a presença de Augusto Santos Silva, o secretário-geral da NATO anunciou que os aliados decidiram "melhorar a monitorização da situação [no mar Negro] e para aumentar a ajuda à Geórgia e à Ucrânia" - através da presença de aeronaves de vigilância e mais navios de guerra que garantam uma navegação segura. "Não queremos uma nova Guerra Fria", sublinhou Jens Stoltenberg, "mas a Rússia tornou o mundo um lugar menos seguro"..Junto ao rio Tejo, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Lisboa "foi sempre um aliado leal, dedicado e competente" da NATO - e, quando "aliados hesitam em perceber a relevância da sua posição no Atlântico, ou chegam mais tarde do que competidores económicos, ou não usam cabalmente a sua capacidade cibernética, Portugal pacientemente espera e responde sempre que é necessário, com os seus excecionais militares sempre louvados nos mais diversos palcos externos".."Portugal tem vivido em democracia sempre considerando a Aliança Atlântica como uma das coordenadas essenciais da sua visão do mundo e da sua política externa", assinalou Marcelo, acrescentando: "Mudam os presidentes, a composição do Parlamento, os primeiros-ministros e os governos e essa coordenada permanece firme, sólida, constante, inquestionável.".Numa cerimónia onde o governo se fez representar por secretários de Estado, o Presidente elogiou a capacidade de adaptação revelada pela organização aliada após a implosão do império soviético..A NATO "soube ajustar-se aos terrorismos sem Estado e com Estados de apoio, soube entender os novos desafios do Leste Europeu, soube perceber a ciberestratégia em explosão, soube apreender a sensibilidade a questões comerciais, energéticas e às alterações climáticas, soube finalmente assumir uma visão a 360 graus", virada também para África, e também "soube começar a valorizar o Atlântico como um todo", referiu o comandante supremo das Forças Armadas..Intervindo perante 940 militares dos três ramos e da GNR em parada, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que Portugal "tudo fez para aderir" logo em 1949 à Aliança Atlântica, apesar de ser "um regime abertamente antidemocrático e antiliberal". Mas "o peso do aliado britânico, o pragmatismo dos EUA e de outros membros da Aliança", assim como "a noção da importância estratégica portuguesa evidente na guerra e em particular no Atlântico, com os Açores, valeram mais do que questões de afinidades ideológicas"..Setenta anos depois "de todas as alianças concebidas após a guerra, foi a Aliança Atlântica que resistiu mais e melhor", enalteceu o Chefe do Estado. E, se "é verdade que demorou às vezes tempo de mais" a perceber e a adaptar-se a certas realidades, "chegou lá e 70 anos depois reganha todo o sentido e é muito atual", argumentou.."A Aliança Atlântica e a NATO, sua expressão militar, continuam vivas, importantes, determinantes" no atual quadro da "estratégia transatlântica", em que "Portugal não mudou" porque "viu muito cedo o que outros só veriam mais tarde" e porque "continua a ter os seus valorosos militares prontos e eficazes" para intervirem onde for necessário, frisou Marcelo Rebelo de Sousa..A finalizar, o Presidente da República considerou ser "tempo de [a NATO] não parar, de manter a coesão, antecipação e lucidez na análise do mundo a mudar a um ritmo alucinante", assim como "de liderar os acontecimentos, de ultrapassar visões domésticas, eleitorais ou pessoais de curtíssimo prazo" - numa aparente referência à política isolacionista do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que também se tem distinguido pela hostilidade face aos aliados europeus..PSD critica "afronta grave às Forças Armadas".Rui Rio, presidente do PSD que participou na cerimónia enquanto líder da oposição, recorreu horas depois às redes sociais para criticar duramente a ausência do chefe do governo ou de qualquer ministro.."[Na quinta-feira], na cerimónia oficial dos 70 anos da NATO - à qual presidiu o Presidente da República - não esteve presente o primeiro-ministro, nem o ministro dos Negócios Estrangeiros, nem nenhum outro ministro; nem sequer o ministro da Defesa. É uma afronta grave às Forças Armadas.".Apesar da importância da data e numa cerimónia há muito marcada, o primeiro-ministro estava no Parlamento a participar no debate quinzenal. O ministro da Defesa, por sua vez, encontrava-se na Polónia e junto do destacamento da Força Aérea que participa numa missão da NATO a partir da base de Malbork..O ministro Augusto Santos Silva, como referido, estava em Washington para participar na ministerial com que a Aliança assinalou os 70 anos da organização.
Portugal vai manter-se "presente e pronto" na Aliança Atlântica, que 70 anos após a fundação tem de voltar a "fazer valer princípios e estratégias para um mundo mais livre, mais justo, mais aberto, mais respeitador da dignidade da pessoa e dos seus direitos"..A afirmação foi feita na quinta-feira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia militar com que Lisboa celebrou os 70 anos da assinatura do Tratado de Washington - capital onde os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 29 aliados se reuniram e anunciaram um pacote de medidas militares para conter a "ameaça russa" no mar Negro..Nessa reunião, que contou com a presença de Augusto Santos Silva, o secretário-geral da NATO anunciou que os aliados decidiram "melhorar a monitorização da situação [no mar Negro] e para aumentar a ajuda à Geórgia e à Ucrânia" - através da presença de aeronaves de vigilância e mais navios de guerra que garantam uma navegação segura. "Não queremos uma nova Guerra Fria", sublinhou Jens Stoltenberg, "mas a Rússia tornou o mundo um lugar menos seguro"..Junto ao rio Tejo, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Lisboa "foi sempre um aliado leal, dedicado e competente" da NATO - e, quando "aliados hesitam em perceber a relevância da sua posição no Atlântico, ou chegam mais tarde do que competidores económicos, ou não usam cabalmente a sua capacidade cibernética, Portugal pacientemente espera e responde sempre que é necessário, com os seus excecionais militares sempre louvados nos mais diversos palcos externos".."Portugal tem vivido em democracia sempre considerando a Aliança Atlântica como uma das coordenadas essenciais da sua visão do mundo e da sua política externa", assinalou Marcelo, acrescentando: "Mudam os presidentes, a composição do Parlamento, os primeiros-ministros e os governos e essa coordenada permanece firme, sólida, constante, inquestionável.".Numa cerimónia onde o governo se fez representar por secretários de Estado, o Presidente elogiou a capacidade de adaptação revelada pela organização aliada após a implosão do império soviético..A NATO "soube ajustar-se aos terrorismos sem Estado e com Estados de apoio, soube entender os novos desafios do Leste Europeu, soube perceber a ciberestratégia em explosão, soube apreender a sensibilidade a questões comerciais, energéticas e às alterações climáticas, soube finalmente assumir uma visão a 360 graus", virada também para África, e também "soube começar a valorizar o Atlântico como um todo", referiu o comandante supremo das Forças Armadas..Intervindo perante 940 militares dos três ramos e da GNR em parada, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que Portugal "tudo fez para aderir" logo em 1949 à Aliança Atlântica, apesar de ser "um regime abertamente antidemocrático e antiliberal". Mas "o peso do aliado britânico, o pragmatismo dos EUA e de outros membros da Aliança", assim como "a noção da importância estratégica portuguesa evidente na guerra e em particular no Atlântico, com os Açores, valeram mais do que questões de afinidades ideológicas"..Setenta anos depois "de todas as alianças concebidas após a guerra, foi a Aliança Atlântica que resistiu mais e melhor", enalteceu o Chefe do Estado. E, se "é verdade que demorou às vezes tempo de mais" a perceber e a adaptar-se a certas realidades, "chegou lá e 70 anos depois reganha todo o sentido e é muito atual", argumentou.."A Aliança Atlântica e a NATO, sua expressão militar, continuam vivas, importantes, determinantes" no atual quadro da "estratégia transatlântica", em que "Portugal não mudou" porque "viu muito cedo o que outros só veriam mais tarde" e porque "continua a ter os seus valorosos militares prontos e eficazes" para intervirem onde for necessário, frisou Marcelo Rebelo de Sousa..A finalizar, o Presidente da República considerou ser "tempo de [a NATO] não parar, de manter a coesão, antecipação e lucidez na análise do mundo a mudar a um ritmo alucinante", assim como "de liderar os acontecimentos, de ultrapassar visões domésticas, eleitorais ou pessoais de curtíssimo prazo" - numa aparente referência à política isolacionista do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que também se tem distinguido pela hostilidade face aos aliados europeus..PSD critica "afronta grave às Forças Armadas".Rui Rio, presidente do PSD que participou na cerimónia enquanto líder da oposição, recorreu horas depois às redes sociais para criticar duramente a ausência do chefe do governo ou de qualquer ministro.."[Na quinta-feira], na cerimónia oficial dos 70 anos da NATO - à qual presidiu o Presidente da República - não esteve presente o primeiro-ministro, nem o ministro dos Negócios Estrangeiros, nem nenhum outro ministro; nem sequer o ministro da Defesa. É uma afronta grave às Forças Armadas.".Apesar da importância da data e numa cerimónia há muito marcada, o primeiro-ministro estava no Parlamento a participar no debate quinzenal. O ministro da Defesa, por sua vez, encontrava-se na Polónia e junto do destacamento da Força Aérea que participa numa missão da NATO a partir da base de Malbork..O ministro Augusto Santos Silva, como referido, estava em Washington para participar na ministerial com que a Aliança assinalou os 70 anos da organização.