PPM desafia Santana para irem juntos às eleições
Apesar de ter tido uma baixa expressão eleitoral nas legislativas de 2015, o PPM já teve um papel relevante no xadrez político nacional. Fundado em 1974 pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, foi uma das forças que em 1979 integraram a Aliança Democrática com o PSD e o CDS de Freitas do Amaral. A AD, liderada por Francisco Sá Carneiro, venceu as eleições legislativas intercalares de 1979 e as gerais de 1980, ano da morte do antigo líder social-democrata.
A coligação de centro-direita dissolveu-se em 1982 e o PPM só voltou a aliar-se ao PSD em 2004, na altura em que Pedro Santana Lopes presidia o partido. Após a queda do governo do PSD-CDS, depois de o então Presidente da República Jorge Sampaio ter dissolvido o Parlamento, Santana Lopes negociou a integração dos monárquicos nas listas sociais-democratas às eleições legislativas de 2005. Nuno da Câmara Pereira e Miguel Pignatelli Queiroz assumiram o mandato e sentaram-se na bancada social-democrata como independentes.
O PPM aliou-se ao CDS em 2017 para as eleições autárquicas. A 14 de maio desse ano, Gonçalo da Câmara Pereira, então vice-presidente do partido, assinou um acordo de coligação com o CDS para a Câmara Municipal de Lisboa. A lista foi encabeçada pela própria líder centrista, Assunção Cristas.
Mas agora os monárquicos preferem tentar um entendimento com a Aliança. Irão tentar negociar um entendimento que pode passar, segundo o DN apurou, por uma coligação ou novamente por uma representação nas listas do novo partido de Santana Lopes.
E o facto de o Tribunal Constitucional ainda não ter decidido validar a Aliança, cujas assinaturas necessárias ao processo de legalização do partido foram entregues no dia 19 de setembro, não tem impedido Pedro Santana Lopes de começar a dar corpo à nova força política e a preparar o terreno para as eleições do próximo ano, europeias e legislativas.
A Aliança tem, aliás, vindo a recolher e a tornar públicos nomes de mais personalidades que apoiam o novo partido. Entre estas está Pedro Quartim Graça, antigo presidente do MPT- Partido da Terra, que foi deputado eleito nas listas do PSD também em 2005, e Luís Cirilo, antigo secretário-geral adjunto social-democrata no tempo de Durão Barroso, que há poucos dias se desfiliou do PSD.
Na página oficial da Aliança no Facebook, foram também divulgados esta terça-feira os apoios da atriz Patrícia Tavares, de João Pedro Varandas, que vem do PSD e que participou em iniciativas da Democracia 21 (um movimento liberal que está a recolher assinaturas para se constituir como partido), Vítor Massena Batista, doutorando no ISCTE em Finanças, e Bruno Ferreira Costa, professor auxiliar em Ciência Política que costuma ser ouvido como politólogo pelos jornais económicos. "Estes apoios demonstram alguma capacidade aglutinadora", afirma ao DN fonte da Aliança.
Entretanto, o DN sabe que a deputada municipal do PSD na Nazaré, Sónia Conceição, advogada de 41 anos, pediu a renúncia do mandato para aderir à Aliança. E do CDS de Porto Santo saiu João Rodrigues, que foi líder da concelhia local para integrar o novo partido de Santana Lopes.