Exclusivo Porque deu à costa um mar de caravelas-portuguesas
Eram aos milhares, em junho, junto à costa nos Açores. Agora já chegam muito menos, também ao continente. O projeto GelAvista está a segui-las. Cuidado com elas.
Não havia memória de tal coisa. Com o mês de agosto timidamente a começar, os arrojamentos de caravelas-portuguesas (Physalia physalis), um organismo marinho gelatinoso, cujos tentáculos causam uma irritação grave ao contacto com a pele, já diminuíram bastante, embora continuem a acontecer a bom ritmo, um pouco por toda a costa do continente e Açores. Mas, no final de junho, há cerca de um mês, as caravelas-portuguesas, com os seus característicos balões translúcidos e coloridos à tona de água, ou espalhados pelos areais, chegaram a ser aos milhares na costa açoriana.
"Pessoas da região, muito experientes e habituadas ao mar e àquelas praias, disseram-nos que nunca tinham visto nada assim ", conta a bióloga Antonina Santos, que dirige no IPMA o GelAvista, um projeto de ciência cidadã que pretende, justamente, fazer a monitorização dos organismos gelatinosos no litoral do país, com base nas observações que as pessoas voluntariamente reportam.