12 meses, 12 momentos na evolução da pandemia em Portugal

Desde 2 de março de 2020, quando foram confirmados os primeiros casos em Portugal, já foi decretado por 12 vezes o estado de emergência no país, que alternou entre o aluno bom e o pior do mundo.
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A 2 de março de 2020, a ministra da Saúde, Marta Temido, anuncia os dois primeiros casos de portugueses infetados com o novo coronavírus, ambos em hospitais do Porto: um médico de 60 anos vindo de uma estância de esqui no norte de Itália e um outro homem de 33 anos, com ligação a Valência, Espanha.

Uma semana depois de a OMS ter catalogado a covid-19 como uma pandemia, e dois dias depois da primeira morte em Portugal (a 16), já com todas as escolas fechadas, o Presidente da República decreta o estado de emergência por 15 dias (confinamento obrigatório e restrições à circulação). O primeiro estado de emergência desde o 25 de Abril de 1974.

Quando Portugal ultrapassa as mil mortes, termina o estado de emergência e começa a situação de calamidade, dando início a um desconfinamento. Serviços culturais começam a abrir e a partir de 18 de maio reabrem restaurantes e cafés, voltam aulas presenciais nos 11.º e 12.º anos e reabrem as creches.

Situação de calamidade foi renovada em 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (a mais atingida na altura) e primeiro-ministro alerta que o país não aguenta um segundo confinamento. Poucos dias depois, a 21, o governo apresenta publicamente a "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020-2030", da autoria do gestor António Costa Silva.

Portugal regista o primeiro dia sem vítimas mortais por covid-19 desde o início da pandemia e o anúncio é feito, de forma emocionada, pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales. Dias depois, arranca em Lisboa a fase final da Liga dos Campeões, sem público.

O ano letivo arranca com o regresso das aulas presenciais e obrigatoriedade de uso de máscara nas escolas. Portugal volta a uma situação de contingência, a partir de dia 15. E três dias depois, 18, António Costa convoca o gabinete de crise dado o aumento contínuo de novos casos.

Presidente propõe ao parlamento o regresso ao estado de emergência em Portugal. A partir de dia 9 é decretado o recolher obrigatório entre as 23.00 e as 05.00 nos municípios mais afetados (e a partir das 13 horas aos fins de semana).

A ministra da Saúde anuncia a compra de mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. No dia seguinte é apresentado o plano de vacinação, coordenado por Francisco Ramos. Os grupos prioritários serão pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais. A 7 de dezembro Portugal ultrapassa as 5000 mortes.

O Presidente da República decreta a renovação do estado de emergência por mais 15 dias, até 7 de janeiro, e pede aos portugueses bom senso na celebração do Natal. O primeiro-ministro anuncia que as celebrações do Ano Novo são totalmente cortadas, mas mantêm-se os horários da restauração no Natal e são permitidas reuniões familiares. A 27, arranca o plano de vacinação.

Em descontrolo após o Natal, com infeções e mortes a disparar, e filas de ambulâncias às portas de hospitais na Grande Lisboa, Portugal passa a ser o país do mundo com maior número de novos casos por milhão de habitantes. Três dias depois, o governo anuncia o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino por 15 dias, para tentar conter o crescimento da pandemia.

No dia em que chega a Portugal uma equipa clínica alemã, composta por 26 profissionais, para ajudar no combate à pandemia, demite-se o coordenador da task force para o plano de vacinação, Francisco Ramos, após uma sucessão de polémicas suscitadas por casos de vacinação indevida. É substituído pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo. Neste início de fevereiro, infeções e mortes começam a baixar significativamente.

Parlamento autoriza o 12.º estado de emergência desde início da pandemia. Presidente da República diz desaconselhar um desconfinamento antes da Páscoa, apesar de as infeções baixarem para registos de outubro. No dia seguinte, António Costa diz que apresentará a 11 de março um plano de desconfinamento gradual.

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