Turismo. Dependência externa atinge máximo de sete anos. Portugal recebeu 29 milhões de estrangeiros em 2024
Reinaldo Rodrigues

Turismo. Dependência externa atinge máximo de sete anos. Portugal recebeu 29 milhões de estrangeiros em 2024

Dependência de estrangeiros no setor foi a maior registada desde 2017. Espanhóis, ingleses e franceses lideraram as visitas ao país, mas turistas dos Estados Unidos registaram o maior cresimento
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Aeroportos cheios, hotéis lotados e receitas históricas. O ano de 2024 foi, sem surpresas, o melhor de sempre para o turismo do país que bateu recordes em todos os indicadores. As contas fizeram-se à boleia do apetite voraz dos mercados externos que colocam, cada vez mais, Portugal no topo das prioridades na hora de viajar.

No ano passado, chegaram ao território nacional 29 milhões de turistas estrangeiros, (+9,3% face a 2023) que foram responsáveis por 59,8 milhões de dormidas (+4,8%), revelam os dados divulgados esta quarta-feira, 9, pelo lnstituto Nacional de Estatística (INE).

A dependência dos turistas de outras nacionalidades atingiu também um novo máximo em sete anos. "As dormidas de não residentes representaram 67,7% das dormidas na generalidade dos meios de alojamento em 2024, tendo este sido o ano, desde 2013, em que se observou uma maior dependência dos mercados internacionais, apenas superado pelo ano de 2017, em que estes mercados totalizaram 67,8% do total", explica o gabinete de estatística.

Os espanhóis mantiveram a liderança, registando um crescimento homólogo de 7,5% e assegurando uma quota de 24,7%. O Reino Unido ocupou a segunda posição entre os principais mercados emissores, com um aumento de 4,5% e um peso de 12% nas dormidas. Por fim, os franceses encerram o top três das nacionalidades mais representativas, com um crescimento de 2,3% e uma quota de 11,6%

Já os norte-americanos, com uma quota de 6,1%, apresentaram o maior crescimento ao longo de 2024. Nos 12 meses do ano passado, 1,8 milhões de turistas oriundos dos Estados Unidos atravessaram o Atlântico para aterrar em Portugal, o que se traduz numa evolução de 16,9%.

O INE adianta ainda que a dependência dos três principais mercados emissores recuou. Ou seja, apesar de o turismo do país depender cada vez mais das visitas dos estrangeiros, está menos restrito aos mercados habituais. O cenário explica-se pela crescente evolução de outras nacionalidades.

"Analisando o conjunto dos três principais mercados externos, em 2024, estes representaram 39,4% do total das dormidas de não residentes na generalidade dos meios de alojamento, o valor mais baixo desde 2013. Desde 2016, com exceção dos anos de 2020 e 2021, que foram mais influenciados pela crise gerada pela pandemia de covid 19, o peso dos três principais mercados tem vindo a diminuir. Face a 2023, a dependência do conjunto dos três principais mercados externos diminuiu 0,9 p.p., recuando 8,4 p.p. face a 2013", enquadra o gabinete.

Olhando para o mapa nacional, a Grande Lisboa foi a região onde se registou uma menor dependência dos principais mercados externos, seguindo-se o Alentejo, os Açores e a Península de Setúbal.

Por outro lado, o Algarve, o Centro e a Madeira foram as regiões com maior dependência dos turistas habituais.

Os estrangeiros que chegaram a Portugal em 2024 também abriram mais os cordões à bolsa, indica o gabinete: a despesa média por turista atingiu os 276,6 euros, um aumento de 14,1% face a 2023.

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