Lisboa está nas bocas do mundo pelos piores motivos. O descarrilamento do elevador da Glória colocou a capital portuguesa em destaque na comunicação social internacional e para a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) não há dúvidas de que o turismo e a confiança na cidade serão impactados. A prioridade, defende a presidente, é apurar, com urgência, os motivos que estiveram na origem do trágico acidente que vitimou 16 pessoas no final da tarde de quarta-feira. “As conclusões do inquérito para o apuramento de causas têm de ser rápidas, céleres, transparentes e clarificadoras. Temos total confiança na Câmara Municipal, na Carris, na polícia e nos bombeiros. Seguramente que irão fazer um inquérito breve para que possamos saber se foi uma falha humana, um fenómeno que não se consegue justificar ou se, como se especula, existiu uma falha na manutenção”, diz ao DN Carla Salsinha. A última opção configura-se no pior dos cenários e as consequências para a imagem de segurança do destino serão diferentes, defende. “Uma coisa é dizer que o condutor se sentiu mal e que fez ali qualquer coisa, outra são falhas de manutenção graves e isso terá repercussões diferentes”, afiança. “Se for uma falha, se se disser que não houve manutenção, a imagem da cidade sairá beliscada no que respeita à sua segurança, confiança e tranquilidade. Pode ter uma repercussão e, sem dúvida, irá gerar um impacto na forma como quem vai viajar projeta essa viagem e pensa se a cidade oferece ou não segurança”, prossegue. A responsável admite que o episódio terá reflexos imediatos junto dos turistas que estão atualmente a visitar Lisboa e que irão evitar utilizar determinado tipo de equipamentos por receio. “Vai ter um impacto momentâneo e vai criar alguma apreensão. Acredito que quem esteja dentro da cidade vai recuar com receio”, prevê. Carla Salsinha elogia ainda a decisão de Carlos Moedas em suspender a atividade dos restantes elétricos da capital. “São uma imagem de marca e percebo a prudência até que se perceba o que aconteceu para que tanto os turistas como os restantes cidadãos possam continuar a utilizar os equipamentos”, refere. A líder da ERT-RL frisa não ter dúvidas de que a capital portuguesa “é segura e pode ser visitada” e de que “os equipamentos são seguros, quer em termos de transportes e de mobilidade, quer os culturais” e de que este acidente integra um leque de “fenómenos muito pontuais e específicos e que não se irá repetir”.."Quem estiver a planear escolher entre Lisboa e outra cidade pode optar já por outra cidade".Ainda assim, e apesar da confiança nos equipamentos turísticos de Lisboa, a má publicidade internacional irá deixar as suas marcas. “Independentemente de as pessoas perceberem que isto é um fenómeno de um equipamento e não da cidade, a imagem de Lisboa sairá beliscada. Quem estiver a planear a escolha entre Lisboa ou outra cidade pode, independentemente das razões, escolher já a outra cidade”, constata. Neste sentido, Carla Salsinha diz que será essencial que tanto o Turismo de Lisboa como as restantes entidades municipais apostem num trabalho de promoção e “numa nova abordagem” para comunicar a capital portuguesa como um destino seguro para os turistas. A presidente da ERT-RL está confiante, contudo, de que os efeitos colaterais na atividade turística sejam breves. “Sinceramente, acredito que será um fenómeno passageiro. Irá existir, talvez, uma repercussão durante em uma semana ou duas, ou quanto muito um mês, mas seguramente passará brevemente. Até porque as pessoas percebem que isto não é um fenómeno como foram, por exemplo, aquelas grandes manifestações em Paris há uns anos com distúrbios nas ruas. Será um momento com alguma preocupação e tensão, mas em breve Lisboa continuará a estar nas bocas do mundo para ser visitada”, conclui..Proteção Civil de Lisboa corrige número de mortos para 16. Moedas pede "investigação externa independente".Conheça a empresa que fazia a manutenção do elevador da Glória. Carris paga mais de um milhão de euros