Semana do apagão foi a de maiores gastos do ano nos supermercados
O consumo das famílias no retalho alimentar está a crescer 7%, nos primeiros cinco meses do ano. Foram, no total, 4444 milhões de euros gastos em hipers e supermercados, 293 milhões a mais do que em igual período de 2024. Os dados são do estudo Scantrends da Nielsen IQ, que destaca o comportamento na semana do apagão, de 28 de abril, que foi a de maior volume de vendas até ao momento, com um crescimento homólogo de 12,1%.
"Este desempenho excecional foi impulsionado por uma combinação de fatores", refere a Nielsen IQ, destacando o crescimento de vendas de "categorias básicas e produtos enlatados", mas também o aumento da procura por categorias como gelados, cervejas e bronzeadores, "dado que a semana 18 foi a mais quente de abril, com os dias 27 e 29 a registarem as temperaturas mais elevados do mês".
As pilhas e as lanternas foram as categorias com "crescimento mais rápido", refletindo a resposta dos consumidores ao apagão.
Por fim, destaca que, "em contrate, as categorias congeladas e refrigeradas perderam importância, provavelmente devido a preocupações com a capacidade limitada de refrigeração".
O estudo mostra, ainda, mais em pormenor o Top 15 das categorias de produtos que maior aumento de importância tiveram nesta semana, lista essa encabeçada por conservas de peixe (+1,7%), água mineral sem gás (+0,7%) e as salsichas em conserva (+0,5%). Os vegetais em conserva e os gelados cresceram 0,4%, o pão embalado e as cervejas tiveram um acréscimo de 0,3% e o papel higiénico, as pilhas e as batatas fritas registaram um aumento de 0,2%. Na lista estão ainda as refeições prontas, bronzeadores, inseticidas, arroz e massa.
Os Scantrends divulgados esta sexta-feira, 27 de junho, analisam ainda em pormenor o mercado total de bens de grande consumo, o chamado retalho alimentar, em maio, concluindo que o setor cresceu 6,6%, "um ritmo saudável de expansão após o pico impulsionado pela Páscoa em abril".
Destaca ainda a Nielsen IQ que este desempenho demonstra um "envolvimento contínuo" dos consumidores e "resiliência nas várias categorias". As marcas próprias da distribuição lideraram o crescimento, com um aumento de vendas de 7,6%, que compara com os 5,6% das marcas de fabricante.
Os artigos alimentares foram os que registaram "melhor desempenho", com um crescimento em valor de 7,4%, impulsionado pelas marcas próprias (+8%). O segmento das bebidas cresceu 5%, os artigos de higiene do lar venderam mais 5,3% e a higiene pessoal mais 4,4%.