Rendas em Lisboa custam mais do dobro do país e quase tanto no Porto
Diana Quintela / Global Imagens

Rendas em Lisboa custam mais do dobro do país e quase tanto no Porto

O valor mediano dos novos arrendamentos em Portugal aumentou 10,5% no primeiro trimestre deste ano. O número de contratos cresceu 0,9% no mesmo período.
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Arrendar uma casa de 80 metros quadrados em Lisboa custa agora 1220 euros (15,25 euros/m2), um aumento de 4,5% face aos valores medianos registados no país nos primeiros três meses de 2023. No Porto, são precisos 970 euros mensais (12,13/m2) para formalizar um contrato por uma habitação da mesma dimensão, mais 7,2%. Em ambas as cidades, a variação homóloga das rendas de novos contratos é menor do que a registada a nível nacional, mas o valor do metro quadrado está muito acima do observado no total do país. Em Lisboa, mais do que duplica. No Porto, já se aproxima a passos largos do dobro.

Segundo revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE), a renda mediana de novos contratos de arrendamento no país registou um crescimento de 10,5% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2023, com o preço do metro quadrado a atingir os 7,46 euros. Entre janeiro e março, foram celebrados 25 472 novos contratos em Portugal, um crescimento homólogo de 0,9%. Ainda assim, verificou-se um abrandamento na subida das rendas, já que no trimestre anterior o aumento foi de 11,6%.

No período em análise, verificou-se um aumento homólogo da renda mediana nos 24 municípios mais populosos do país. Na Grande Lisboa e Península de Setúbal, todos os municípios com mais de 100 mil habitantes registaram rendas medianas superiores à nacional no primeiro trimestre. Com base nos dados do INE, ainda provisórios, destacam-se Odivelas (10,10/m2), Sintra (9,47/m2) e Setúbal (8,91/m2), embora com taxas de variação inferiores à nacional.

Na Área Metropolitana do Porto, Matosinhos (10,16/m2) e Vila Nova de Gaia (8,61/m2) apresentaram rendas medianas superiores à referência nacional, mas também variações homólogas inferiores. Neste território, só Santa Maria da Feira apresentou uma taxa homóloga superior à do país, mas registou um valor mediano de renda inferior (5,23/m2 e 12%). 

Refira-se que a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto concentraram 41,8% dos novos contratos de arrendamento.

Nas restantes cidades mais populosas de Portugal, verificaram-se valores medianos de renda e variações homólogas superiores às nacionais em Coimbra (7,89/m2 e 15,2%) e Braga (7,50/m2 e 15%). Apesar dos valores de renda praticados serem menores do que a mediana nacional, é em Guimarães (5,34/m2) e Famalicão (5,31/m2) que se observaram as maiores taxas de variação homóloga entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, 19,5% e 18,3%, respetivamente.

O número de novos contratos caiu em 13 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes face ao primeiro trimestre de 2023, com destaque para o Funchal, Oeiras, Seixal, Guimarães e Sintra.

Numa análise regional, as rendas mais elevadas registaram-se na Grande Lisboa (12,12/m2), Península de Setúbal (9,29/m2), Algarve (8,78/m2), Região Autónoma da Madeira (8,13/m2) e Área Metropolitana do Porto (8,11/m2). No entanto, numa comparação com o trimestre anterior (outubro a dezembro de 2023), o valor mediano das rendas caiu 6,1% na Área Metropolitana do Porto, 3,7% na Península de Setúbal e 3,3% na Grande Lisboa (3,3%). 

sonia.s.pereira@dinheirovivo.pt

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