Preços da habitação disparam 16,3% no 1.º trimestre
O índice de preços da habitação aumentou 16,3% no primeiro trimestre em termos homólogos, mais 4,7 pontos percentuais do que no trimestre anterior, divulgou o INE esta segunda-feira, 23 de junho.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os preços das casas existentes subiram 17,0% e o das novas 14,5% no primeiro trimestre.
Em relação ao trimestre anterior, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 4,8% (3,0% no trimestre precedente), tendo as casas existentes registado um crescimento dos preços superior ao das novas, com variações de 5,3% e 3,7%, respetivamente.
Entre janeiro e março transacionaram-se 41.358 habitações, correspondendo a um crescimento homólogo de 25,0% (variação de 32,5% no trimestre anterior) e a uma redução em cadeia de 8,5%.
Em valor, as transações registadas ascenderam a 9.600 milhões de euros, mais 42,9% do que no mesmo período de 2024.
Nos primeiros três meses do ano, as habitações existentes representaram a maioria (79,8%), num total de 32.999 unidades, mais 24,9% face ao registo do mesmo período de 2024.
No que respeita às habitações novas, contabilizaram-se 8.359 transações, um crescimento de 25,4% face ao mesmo período do ano anterior.
O valor das transações das habitações existentes foi de 7.000 milhões de euros (aumento de 43,2% face ao mesmo período de 2024), enquanto o valor das transações de habitações novas atingiu 2.600 milhões de euros (subida homóloga de 42,0%).
Face ao último trimestre de 2024, o valor das habitações vendidas no primeiro trimestre de 2025 diminuiu 5,5%, tendo a redução no valor das vendas sido mais significativa nas habitações novas (-8,3%) do que nas habitações existentes (-4,4%).
Entre janeiro e março, as habitações adquiridas por compradores pertencentes ao setor institucional das famílias fixaram-se em 35.967 unidades (87,0% do total), o peso relativo mais elevado desde o segundo trimestre de 2022.
Este valor correspondeu a um aumento no número de transações de 27,2% em relação ao ano anterior e uma redução de 7,4% em relação ao trimestre anterior.
Em valor, as vendas de habitações a famílias totalizaram 8.300 milhões de euros, 86,2% do total, um aumento de 46,3% em relação ao ano anterior e um recuo de 3,8% em relação ao trimestre anterior.
Compra de casas por estrangeiros cai para mínimos desde 2021
As compras de casas por estrangeiros representaram 5,1% do total no primeiro trimestre deste ano, o peso relativo mais baixo desde o segundo trimestre de 2021.
De acordo com o Índice de Preços da Habitação (IPHab) do Instituto Nacional de Estatística (INE), de janeiro a março, 5,1% das habitações transacionadas em Portugal (2.098) envolveram compradores com residência fiscal fora do país, com a categoria União Europeia (UE) a representar 2,7% e os restantes países 2,4%.
“O peso relativo das compras por compradores com residência fiscal fora do território nacional foi o mais baixo desde o segundo trimestre de 2021”, destaca.
Pelo contrário, as habitações adquiridas por compradores com residência fiscal em Portugal aumentaram 26,6% em relação ao ano anterior, para 39.260 unidades.
Segundo o INE, registaram-se “dinâmicas diferentes” nas transações de compradores com residência fiscal fora de Portugal: Se as aquisições de casas por compradores com residência fiscal na UE cresceram 12,1% em termos homólogos, para um total de 1.109 unidades, a categoria de residência fiscal “países restantes” totalizou 989 transações, uma redução anual de 8,3% e a quinta quebra consecutiva.
No total, no primeiro trimestre transacionaram-se 41.358 habitações, um crescimento homólogo de 25,0% e uma redução em cadeia de 8,5%. Em valor, as transações registadas ascenderam a 9.600 milhões de euros, mais 42,9% face a idêntico período de 2024.
Por regiões, o Norte, com um total de 12.285 transações, representou 29,7% de todas as vendas de habitações, uma descida de 0,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.
Seguiu-se, em termos de número de transações, a Grande Lisboa, com 8.018 vendas, e a região Centro, com 6.501 unidades, representando 19,4% e 15,7% do total (+0,3 e -0,6 pontos percentuais face ao mesmo trimestre de 2024).
Em valor, a Península de Setúbal e a Madeira foram as regiões que registaram os maiores aumentos homólogos em termos de quotas relativas, 0,6 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente, totalizando 9,9% e 2,8% do valor total, respetivamente.
A Grande Lisboa e o Algarve, que juntos representaram 42,4% do valor total transacionado, viram as suas quotas regionais diminuir -0,7 e -0,3 pontos percentuais em termos homólogos, pela mesma ordem.