Portugal importou mais 29,7% dos EUA no primeiro trimestre, mas exportou menos 1,8%
As importações portuguesas de bens dos Estados Unidos cresceram 29,7% no primeiro trimestre, com especial destaque para a categoria máquinas e outros bens de capital, que cresce 104% em termos homólogos. Já as exportações nacionais recuaram 1,8%.
Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE) que aproveitou o mais recente destaque sobre o Comércio Internacional, divulgado nesta segunda-feira, dia 9 de junho, para, à luz da eleição da nova administração de Donald Trump e da imposição de tarifas aduaneiras às transações com a UE, fazer uma análise dos fluxos de comércio internacional com este país.
Assim, Portugal vendeu, nos primeiros três meses do anos, bens no valor de 1.314 milhões de euros para os EUA, menos 23 milhões em termos. Em contrapartida, compramos aos americanos bens no valor de 588 milhões de euros, mais 135 milhões do que no primeiro trimestre de 2024.
Este é, diz o INE com base nos dados do ano passado, o 4º principal cliente e o 9º fornecedor de bens da economia portuguesa. Os primeiros dados de 2025, revelam, por seu turno, que os EUA foram o destino de 6,2% das exportações e a origem de 2,1% das importações nacionais.
Explica o instituto de estatística que as transações de bens no comércio internacional são, na sua maioria, transações em que ocorre transferência de propriedade. No entanto, nos últimos anos, "as transações sem transferência de propriedade (com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda) – TTE – "têm apresentado aumentos significativos, em ambos os fluxos, com alguns países, nomeadamente com os Estados Unidos, sobretudo no fluxo de exportação, que aumentou 17,7 pontos percentuais entre 2018 e 2024".
Assim, no ano passado, as TTE representaram 18,6% das exportações portuguesas para os EUA, diminuindo 2,5 pontos percentuais face ao ano anterior, quando pesavam 21,1%, "o valor mais elevado desde 2018". Nas importações este aumento foi "bastante menos expressivo", refere o INE, especificando que cresceu 1,7 pontos percentuais para 3,0% em 2024.
No 1º trimestre de 2025, as exportações referentes a trabalhos por encomenda com destino aos Estados Unidos atingiram 32,2% e as importações 5,9%.
A questão é que, se excluirmos as transações sem transferência de propriedade, as tais referentes a trabalhos por encomenda, dos números do primeiro trimestre, a quebra nas exportações nacionais para os EUA é de 13,6%, em vez dos 1,8% de recuo total neste arranque do ano.
E o que vendemos e compramos aos parceiros americanos? O INE identifica os fornecimentos industriais como a principal categoria que exportamos em 2024, correspondendo a 37,7% do total e a 2.007 milhões de euros, seguida dos combustíveis e lubrificantes, que valem 19,4%, e os bens de consumo, com 18,4%.
Já nas importações, foram os combustíveis e lubrificantes a principal categoria importada - 54,4% do total, no valor de 1.313 milhões de euros -, seguida dos fornecimentos industriais, que pesaram 19,1%, correspondentes a 462 milhões de euros.