Face à média europeia, o PIB 'per capita' português aproximou-se pelo segundo ano consecutivo.
Face à média europeia, o PIB 'per capita' português aproximou-se pelo segundo ano consecutivo.FOTO: Kirill Kudryavtsev / AFP

PIB 'per capita' de Portugal volta a convergir para 80,5% da média europeia 

Em 2022 também houve aproximação (para 77,4%), após recuos em 2021 (74,0%) e 2020 (76,3%). Já o indicador que reflete o bem-estar das famílias caiu para 85% da média da UE.
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O Produto Interno Bruto per capita (PIBpc) expresso em paridades de poder de compra (PPC) de Portugal convergiu pelo segundo ano consecutivo para 80,5% da média da União Europeia (UE) em 2023, uma subida de 3,1 pontos percentuais, de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2022 também houve convergência (para 77,4%), após recuos em 2021 (74,0%) e 2020 (76,3%). O PIB per capita no ano passado aproxima-se dos valores registados em 2009 e 2010, quando atingiu 83,05% e 82,8%, respetivamente, de acordo com dados atualizados do Eurostat. Entre 2011 e 2022 a percentagem oscilou, mas não saiu da casa dos 70%.

Portugal, sublinha o gabinete de estatística europeu, foi mesmo o país que registou a maior evolução do PIBpc em paridade de poder de compra entre 2021 e 2023, num conjunto de 12 em que o indicador aumentou.

No ano passado, entre os 20 países da Zona Euro, Portugal sobe uma posição para a 15ª, e entre os 27 da UE ganha duas posições para a 18.ª.

Portugal surge neste indicador à frente - mas não longe - de países como a Estónia (79,9%), Roménia (77,9%), Polónia (77,3%), Hungria (76,7%), Croácia (76,0%), Eslováquia (73,8%), Letónia (70,4%), Grécia (69,1%) e Bulgária (63,8%).

Acima de Portugal no ano passado ficaram Estados-membros como a Lituânia (86,6%), a Chéquia (90,4%), a Espanha (90,5%) e o Chipre (97,35).

O Luxemburgo é o país da UE com o PIBpc em paridade de poder de compra mais elevado (236,8%), “correspondendo a mais de duas vezes a média da UE27 e quase quatro vezes superior ao da Bulgária (63,8%), o país da UE com o valor mais baixo”, sublinha o INE. Mas também foi um dos que registou das maiores quedas em 2023, recuando 14,7 pontos percentuais.

Num conjunto de 36 países - que além dos 27 da UE incluiu outros como a Noruega, Suíça, Islândia e Turquia - houve reduções em 16 deles. “Os maiores decréscimos em 2023 foram observados na Noruega (-42,6 p.p.), na Irlanda (-24,7 p.p.) e no Luxemburgo (-14,7 p.p.). Em sentido contrário, salientam-se os aumentos dos índices de volume do PIBpc da Roménia (4,4 p.p.), da Croácia (4,1 p.p.) e da Turquia (3,9 p.p.)”, destaca o gabinete de estatística.

Bem-estar das famílias recua

A convergência de Portugal com a UE resulta de um crescimento económico acima da Europa. O PIB real cresceu 2,5% contra os 0,4% da média da UE.

“Em termos nominais, o PIBpc de Portugal aumentou 8,5% em 2023, determinado pelo aumento nominal do PIB (9,6%), uma vez que a população em 2023 foi marginalmente superior ao ano anterior”, diz o INE. A instituição sublinha que o PIBpc “é principalmente um indicador do nível de atividade económica”, existindo outro “mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias”, que é a Despesa de Consumo Individual per capita. (DCIpc). E quanto a este indicador, a evolução em 2023 não foi favorável em Portugal.

“Fixou-se em 85,0% da média da União Europeia, 0,3 p.p. inferior ao observado no ano anterior, ocupando a 15ª posição na Zona Euro e a 18.ª na União Europeia (14ª e 17ª posições, respetivamente, no exercício anterior)”, avança o gabinete de estatística.

Segundo o Eurostat, nos últimos três anos, entre 2021 e 2023, houve 15 países que registaram aumentos do DCIpc, destacando-se a Irlanda, Chipre e Malta.

Em sentido inverso, caiu em 11 países, com as quedas mais acentuadas a serem registadas na Dinamarca, Suécia, Lituânia e Chéquia. Portugal passou de 82,7% em 2021 para os tais 85% em 2023.

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