A equipa do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que desenhou a proposta de Orçamento do Estado para 2025, prevê que as empresas públicas distribuam dividendos no valor de 683,2 milhões de euros, no próximo ano, a favor do Estado, segundo o documento entregue esta quinta-feira na Assembleia da República.."Relativamente a 2025, estima-se a entrega de dividendos ao Estado no montante global de 683,2 milhões de euros, conforme se discrimina de seguida, correspondendo essencialmente aos valores a entregar pela CGD", lê-se no relatório que acompanha a proposta de OE2025.. A fatia de leão tem origem na Caixa Geral de Depósitos (CGD), cujos dividendos a entregar ao Estado, no próximo ano, deverá ascender a 671,5 milhões de euros..Os dividendos totais pagos ao Estado pelas empresas e outras entidades públicas rondamos 417,6 milhões de euros, até 30 de junho deste ano. Até ao final do ano, o Ministério das Finanças aponta para o encaixe de mais 277,9 milhões de euros em dividendos das empresas públicas..Governo vai reestruturar setor empresarial do Estado.Não obstante a entrega de dividendos, o Governo entende que há empresas no setor empresarial do Estado que não são estratégicas, bem como empresas privadas em que não fará sentido haver participações públicas no capital social. Por isso, o executivo PSD/CDS-PP decidiu criar um grupo de trabalho para a “identificação das empresas consideradas estratégicas”, bem como o “modo ou regime de alienação e estimativa da receita daí decorrente”, segundo o relatório do Ministério das Finanças que acompanha a proposta de OE2025..Para o Governo deve haver “uma reavaliação dos ganhos de eficiência e de qualidade resultantes da manutenção e exploração das atividades abrangidas pelo setor empresarial do Estado em moldes empresariais públicos ou de uma participação estatal”, tendo em vista uma “reconfiguração da dimensão do Estado e do princípio da eficiência que deve presidir à sua presença e ação”..Para o Governo, “as empresas do setor empresarial do Estado devem desempenhar, por princípio, um papel relevante na implementação das políticas públicas”, bem como “assegurar a presença do Estado em setores considerados estratégicos, designadamente aqueles que respeitam ao desempenho de funções de soberania” ou “a produção e venda de bens e serviços considerados essenciais para a população, ou onde as falhas de mercado exijam a intervenção pública”..O papel do grupo de trabalho em causa passa por abrir um "um processo de reconfiguração estrutural do setor empresarial do Estado”, que o Governo quer iniciar já em 2025..O Estado detinha um universo de 106 participações sociais diretas até 30 de junho, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças. No final do primeiro semestre, havia 17 empresas do setor empresarial do estado em liquidação, além de 11 fundos, incluindo três de capital de risco.