Estudo: 64,5% dos condutores planeiam usar Uber quando saem para beber
Escolher um condutor do dia? Ficar sem beber? Voltar cedo para apanhar o metro? Estas são algumas das questões que se colocam quando uma pessoa vai sair para beber. Um estudo inédito da Uber mostra que, na União Europeia (UE), 65% dos utilizadores planeiam voltar para casa com um carro TVDE para não conduzirem sob efeito de álcool. O Estudo sobre a Redução da Condução Sob Efeito do Álcool (em tradução literal), foi realizado em 10 países.
Em entrevista exclusiva ao Dinheiro Vivo, Kristin Smith, responsável Global pela Política de Segurança Rodoviária da Uber, explica que o objetivo da investigação foi ouvir os utilizadores de vários mercados. “Sabemos que a Uber tem um impacto positivo na redução da condução sob efeito de álcool. Já existem estudos independentes que comprovam que ajudamos a salvar vidas. Mas queríamos ouvir diretamente os nossos utilizadores, não só nos EUA, mas em todo o mundo”, destaca.
Kristin Smith participou, esta semana, na International Conference on Alcohol, Drugs and Traffic Safety (ICADTS), em Alcobaça, na qual falou sobre os resultados da pesquisa. “Encomendámos este inquérito nos nossos 10 maiores mercados. Perguntámos aos utilizadores o que pensam sobre condução sob efeito de álcool, se usam a Uber como prevenção e qual o impacto que consideram que têm”, ressalta. Na visão da profissional, os resultados não surpreendem. “Os resultados não foram surpreendentes, mas foram consistentes. Os utilizadores, em todo o mundo, disseram que usam a Uber para evitar conduzir embriagados.”
Na Europa, o inquérito foi realizado na Alemanha, França e Reino Unido. “Os resultados na UE mostram que 88,5% dos utilizadores disseram que a condução sob efeito do álcool é um problema sério no seu país. E 83% disseram que a Uber ajuda a reduzir esse problema. Cerca de 65% dos utilizadores planeiam usar a Uber antes de sair de casa”, destaca.
Para Smith, a Uber quer incentivar este planeamento como forma de diminuir acidentes rodoviários. “É exatamente o que queremos: que as pessoas tomem essa decisão antes de começarem a beber”, salienta.
O estudo também mostra diferenças entre os países da investigação. Nos países da UE, os transportes públicos continuam a ser uma opção, com a população menos dependente de carros próprios, na comparação com os EUA e Austrália, por exemplo. “Em países com bons transportes públicos, as pessoas também os utilizam. Mas em países mais dependentes do carro, como os EUA ou a Austrália, os resultados foram diferentes. Ainda assim, de forma geral, foram consistentes”, nota.
De acordo com a responsável, estes resultados também podem ser atribuídos ao facto de a Uber investir em campanhas de consciencialização em todo o mundo. “Fizemos recentemente uma campanha nos Estados Unidos com uma distribuidora de bebidas alcoólicas. O slogan era: “Se não fores a conduzir, não conduzes embriagado.” Ou seja, é sobre planear antes, e reforçámos esta mensagem de várias formas”, explica.
Outro resultado do inquérito é que mães e pais se sentem “aliviados” pelo acesso à aplicação para evitar que os jovens conduzam sob efeito de álcool. “Praticamente todos os pais ou cuidadores disseram sentir-se aliviados por saberem que os seus filhos têm acesso à Uber, especialmente os que já têm idade legal para consumir álcool”, destaca. Portugal foi um dos países escolhidos pela empresa para implementar o Uber Teens, lançado em 2024. A funcionalidade permite aos pais reservar viagens e acompanhar em tempo real os percursos dos seus filhos dos 13 aos 18 anos. “Temos todas as funcionalidades de segurança ativas”, pontua. Esta semana, a Uber também lançou em Portugal a funcionalidade que permite a gravação áudio das viagens.
amanda.lima@dn.pt