A TPS, liderada por Bruno Soares,  tem estado envolvida em projetos  de reabilitação, como o do Cinema Batalha, no Porto.
A TPS, liderada por Bruno Soares, tem estado envolvida em projetos de reabilitação, como o do Cinema Batalha, no Porto.Ivan Del Val/Global Imagens

Construtora TPS antecipa em 12 meses o objetivo de 100 milhões de faturação

Empresa, que tem em curso diversos projetos no âmbito do PRR, prevê novos recordes em 2025, ano em que a carteira de obras deverá chegar aos 250 milhões. Mas quer travar a expansão.
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A TPS - Teixeira, Pinto & Soares, construtora de origem familiar com sede em Amarante, registou uma faturação de 113 milhões de euros no ano passado. É um crescimento de 55% face a 2023, exercício em que contabilizou um volume de negócios de 76 milhões, e uma antecipação do objetivo dos 100 milhões de euros calendarizado para 2025. Esta aceleração na atividade deveu -se à adjudicação de um “maior número de obras, com mais valor e dimensão”, justifica Bruno Soares, CEO da empresa, em declarações ao DN/Dinheiro Vivo. Os resultados líquidos aumentaram 44%, para 6,5 milhões.

Este ano também deverá ser de recordes. A TPS entrou em 2025 com uma carteira de obras da ordem dos 240 milhões de euros, sendo que 56% respeitam a empreitadas públicas. Muitas estão ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), como a construção de habitação social, estabelecimentos de ensino, centros de saúde e casas para arrendamento acessível. Bruno Soares garante que as obras estarão terminadas dentro do prazo, ou seja, em 2026 (limite para a execução das verbas do PRR). “Quando percebemos que os prazos estavam a apertar, deixámos de concorrer. O que está na carteira, está controlado”, diz.

No âmbito do PRR, a TPS tem em curso obras como a Escola de Ensino Básico da Portela da Azoia, em Loures, o Lote 7 do Loteamento das Forças Armadas (152 fogos destinados a arrendamento acessível), em Lisboa, o Empreendimento dos Três Vales (142 apartamentos), em Almada, ou o Conjunto Habitacional Quinta da Bela Vista (52 unidades), em Carcavelos. A Grande Lisboa tem um peso da ordem dos 55% no portefólio, sendo que a maioria é obra pública, esclarece o gestor.

O mesmo já não sucede no Algarve. Nesta região, a TPS está mais focada no mercado privado e no desenvolvimento de projetos para os segmentos médio-alto e alto. A empresa tem a seu cargo o empreendimento Domitys Domaine Vilamoura (159 apartamentos), o condomínio Serenity Vilamoura (53 habitações), uma moradia na Quinta do Lago, entre outras construções premium. O território algarvio representa cerca de 29% da carteira de obras, revela ainda Bruno Soares.

Já a norte do país, a TPS está focada na execução de obras para particulares, que pesam cerca de 16% no portefólio em curso. A empresa tem em desenvolvimento o conjunto habitacional da Quinta do Almor, em Vila Real, que engloba 180 apartamentos, o Flower Tower Camellia, uma torre de 21 pisos em Leça da Palmeira, com 134 fogos, o Sal d’ Ouro Park, em Vila Nova de Gaia, com 37 habitações, espaço de reuniões, coworking e ginásio, entre outros projetos habitacionais.

Parar de crescer

Para 2025, o CEO da TPS prevê um aumento da faturação para a casa dos 160 milhões de euros e uma carteira de obras na ordem dos 250 milhões, no fim do exercício. “É um crescimento que somos obrigados a fazer, porque temos contratos a executar”, frisa. Isto porque a TPS tem o objetivo de estabilizar o volume de negócios nos 150 milhões de euros.

Bruno Soares quer tornar a construtora “mais produtiva e eficiente”. Mais do que crescer, a ideia “é evoluir na qualidade de serviço, na rentabilidade do negócio e na organização”, justifica. Na sua opinião, o setor da construção tem trabalho para mais cinco/seis anos, mas precisa de um horizonte de 15 a 20.

“O país precisa de consolidar a atividade da construção civil. Não podemos ter mercado só para cinco anos”, frisa, salientando que a crise que atingiu a indústria em 2010 só foi ultrapassada em 2017. As empresas ficam “com as pessoas e os investimentos”. Por isso, começa a olhar além-fronteiras, até porque, “se a guerra na Ucrânia terminar, vai haver janelas de oportunidade”.

Mas, nesta fase, a internacionalização não está pensada para a TPS, mas para a FrameSteel, serralharia civil adquirida no início de 2024 pela família Soares. “Para nós, esta empresa é fundamental. As obras têm uma grande fatia de serralharia”, frisa o CEO.

Logo após a aquisição, a empresa foi alvo de um investimento de 1,2 milhões de euros, muito focado na compra de equipamentos de última geração. Agora, o plano para a serralharia de Amarante é vender no mercado externo a produção de estruturas metálicas e caixilharias, para além de continuar a abastecer a TPS. A FrameSteel faturou, em 2024, 3,5 milhões de euros e emprega 42 pessoas.

Na holding da família Soares, a Latitude Capital, estão ainda parqueadas a Global Térmica, especializada em soluções de climatização, e a Década Paralela, promotora imobiliária com diversos projetos em curso. É nestas empresas, a que se soma a FrameSteel, que Bruno Soares vê mais potencial de crescimento futuro. A TPS foi fundada em 1997 por três sócios, mas acabou por ficar nas mãos de Fernando Soares, um dos fundadores e pai de Bruno Soares.

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