Mais de 10 empresas portuguesas marcam presença em Milão.
Mais de 10 empresas portuguesas marcam presença em Milão.Direitos Reservados

Calçado já executou “mais de 50%” dos investimentos do PRR

Associação admite que, “ainda que possam existir alguns atraso” na disponibilização dos fundos, “não há investimentos em risco”.
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A fileira do calçado executou já “mais de 50%” dos investimentos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, garante a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos. Em causa estão duas agendas mobilizadoras, a FAIST e a Bio- shoes4all, que envolvem investimentos globais de 120 milhões de euros. Sobre os atrasos na disponibilização dos apoios por parte do IAPMEI, o que levou já o ministro da Coesão a ser ouvido no Parlamento a este respeito, o porta-voz da APICCAPS, é perentório: “Ainda que possam existir, pontualmente, alguns nos pagamentos, não pôs nada em causa na execução dos nossos projetos. Não há investimentos em risco.”

Paulo Gonçalves falava aos jornalistas à margem da Lineapelle, a feira de curtumes e componentes para calçado, que ontem arrancou em Milão, com uma delegação de mais de 30 empresas portuguesas. Só de componentes são 13, a maioria delas ligadas à produção de solas e saltos, subsegmento que valeu 31 milhões de euros em exportações em 2024, mais 3,2% do que no ano anterior.

Diz este responsável que os componentes são “a força motora” da indústria do calçado, focada que está no desenvolvimento de novas tecnologias e de novos produtos, designadamente no domínio da sustentabilidade.

E é em busca de novidades que clientes de todo o mundo percorrem os corredores da feira de Milão. A Procalçado, por exemplo, está a apresentar o primeiro PVC do mundo 100% produzido a partir de sapatos velhos, numa parceria com a Fastfeet Grinded, empresa dos Países Baixos que recebe calçado usado, desmantela-o, separa-o por tipo de materiais e usa-os para produzir novas matérias-primas para a indústria. “É a possibilidade real de tornar sapatos velhos em novos e fechar o círculo”, sustenta Ricardo Couto, responsável pelo Marketing da Procalçado.

De volta a Milão, 10 anos depois, está a Itaflex, de Felgueiras, com uma aposta forte em “produtos reciclados e naturais”, incorporando, por exemplo, resíduos de cereais e outras fibras para diminuir o uso de matérias virgens. Já a Atlanta promete trazer, na próxima edição, em setembro, alguns dos novos materiais que está a desenvolver no âmbito do Bioshoes4all, e sobre os quais não levanta o véu. A empresa da Lixa, que investiu cerca de 4 milhões de euros nos últimos anos, tem ainda previsto reforçar a compra de equipamentos, no quais irá gastar mais cerca de 700 mil euros. E espera regressar em 2025 aos 10 milhões de faturação que teve em 2023, o melhor ano de sempre da Atlanta.

*A jornalista viajou a convite da APICCAPS

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Micam. A feira de calçado conta com vários regressos e até uma nova marca

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