As novas linhas de alta velocidade em Portugal serão construídas em bitola ibérica, mas com travessas polivalentes.
As novas linhas de alta velocidade em Portugal serão construídas em bitola ibérica, mas com travessas polivalentes.D.R.

Bruxelas quer toda a União Europeia ligada por ferrovia de alta velocidade até 2040

Plano prevê ligar os principais nós de transporte a velocidades de 200 quilómetros por hora ou superiores, o que permitirá futuramente viajar, por exemplo, de Lisboa a Madrid em três horas.
Publicado a
Atualizado a

A Comissão Europeia quer a União Europeia (UE) ligada por linhas ferroviárias de alta velocidade até 2040, incluindo a ligação entre Lisboa e Madrid, e criar um único bilhete intermodal para combinar diferentes empresas e modos de transporte.

“O novo plano de ação para a alta velocidade ferroviária define as etapas necessárias para criar, até 2040, uma rede europeia mais rápida, interoperável e melhor conectada. O objetivo é reduzir os tempos de viagem e tornar o comboio uma alternativa mais atrativa às viagens aéreas de curta distância, aumentando, assim, o número de passageiros e impulsionando as economias regionais e o turismo”, indica o executivo comunitário em comunicado.

Em concreto, o plano prevê ligar os principais nós de transporte a velocidades de 200 quilómetros por hora ou superiores, o que permitirá futuramente viajar de Lisboa a Madrid em três horas (em 2034, prevendo-se cinco horas em 2030), bem como de Madrid a Paris em seis horas.

Outras novas ligações serão nos países Bálticos: de Talin a Riga numa hora e quarenta e cinco minutos, de Riga a Vílnius em duas horas e de Vílnius a Varsóvia em quatro horas.

Além disso, os passageiros da UE poderão viajar de Berlim a Copenhaga em quatro horas, em vez das atuais sete, e de Sófia a Atenas em seis horas em vez das atuais 13 horas e 40 minutos, segundo o plano.

“Para além da redução dos tempos de viagem, o plano aliviará a congestão e libertará capacidade nas linhas convencionais, facilitando os comboios noturnos, o transporte de mercadorias e a mobilidade militar, ao mesmo tempo que reforça a competitividade europeia no turismo e na indústria”, refere a Comissão Europeia.

Para avançar com o plano, Bruxelas pede que os países da UE eliminem estrangulamentos transfronteiriços, que desenvolvam uma estratégia de financiamento coordenada incluindo privados, que melhorem as condições para a indústria e para os operadores ferroviários e que facilitem autorizações.

Já foram mobilizados na UE 100 mil milhões de euros de fundos europeus para infraestrutura ferroviária e 40 mil milhões emprestados pelo Banco Europeu de Investimento.

Complementar as linhas de alta velocidade da UE implica um investimento de 345 mil milhões de euros até 2040 e de 546 mil milhões de euros até 2050, neste caso para conexões superiores a 250 quilómetros por hora.

Isto resulta num retorno social líquido positivo de 750 mil milhões de euros, estima Bruxelas.

Em conferência de imprensa em Bruxelas, o comissário europeu dos Transportes, Apostolos Tzitzikostas, revelou que a Comissão Europeia vai apresentar, no início de 2026, uma proposta “para que todos os passageiros possam, com um clique no seu telemóvel ou no seu computador, reservar e comprar um bilhete transfronteiriço através de diferentes empresas e de forma multimodal”.

Isto significa que, “se alguém quiser reservar uma viagem e precisar de usar um avião para uma parte da viagem e um comboio para a outra, poderá fazê-lo com um único bilhete”, acrescentou.

De acordo com Apostolos Tzitzikostas, “a prioridade, neste momento, é garantir que os cidadãos, quando quiserem utilizar o comboio para ligações transfronteiriças através de diferentes empresas, possam reservá-lo como um único bilhete”.

“Apresentaremos [uma revisão da lei] dos direitos dos passageiros para apoiar esta nova forma como as pessoas viajam e é exatamente o nosso objetivo, avançar com uma proposta no início de 2026”, adiantou.

Hoje, Bruxelas adotou também um plano de investimento em transportes sustentáveis, para impulsionar o investimento, com foco na aviação e no transporte marítimo, quando se estima que sejam necessárias 20 milhões de toneladas de combustíveis renováveis e de baixo carbono até 2035, num custo de 100 mil milhões de euros.

O objetivo da instituição é mobilizar pelo menos 2,9 mil milhões de euros através de instrumentos da UE até 2027, esperando ainda arrecadar 500 milhões de euros com um projeto-piloto lançado ainda este ano.

As novas linhas de alta velocidade em Portugal serão construídas em bitola ibérica, mas com travessas polivalentes.
Bruxelas já deu 196 milhões a Portugal para alta velocidade ibérica e diz que será realidade

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt