Chamou-se Porto Gran-Plaza quando, em 2007, abriu portas em plena Baixa do Porto. Mais tarde passou a designar-se La Vie. Mas o sucesso nunca bateu à porta deste centro comercial erigido junto à principal artéria de comércio de rua do Porto, a Rua de Santa Catarina, e ao lado do ultra movimentado shopping Via Catarina. Apesar deste percurso, a gestora francesa de ativos Tikehau Capital e a luso espanhola Quest Capital viram potencial no espaço e decidiram investir 70 milhões de euros (aquisição, reabilitação e custos de comercialização) para transformar o edifício num hub empresarial capaz de albergar duas mil pessoas. O futuro HOP - Heart of Porto teve ontem um momento simbólico, com o lançamento da primeira pedra de uma obra que promete levar ao centro da Invicta um espaço de escritórios premium, onde não faltará também oferta comercial e de serviços. Segundo comunicado dos investidores, o projeto contempla sete frações para escritórios, num total de 15.500 metros quadrados, nove espaços para comércio/serviços (8500 metros quadrados) e cerca de dois mil metros quadrados de área exterior privada. Cafetaria, supermercado, ginásio e um bar no terraço com vista sobre a cidade são já comodidades garantidas. O edifício, com nove pisos, dos quais quatro subterrâneos, contará ainda com um auditório com capacidade para 110 lugares e salas multiusos que podem juntar 90 pessoas. Os promotores estimam que a obra estará finalizada no segundo semestre de 2026. Para Cristobal de Castro, founding partner da Quest Capital, este investimento justifica-se porque o Porto “tem vindo a afirmar-se como um centro dinâmico de negócios, especialmente nas áreas de tecnologia, consultoria e serviços financeiros, mas os estudos de mercado revelam uma enorme falha na oferta de escritórios premium no centro da cidade”. Na sua opinião, o HOP é uma resposta a esta necessidade “com a vantagem de estar localizado num ecossistema urbano que combina acessibilidade, proximidade com centros comerciais, restaurantes e transportes públicos”. Nestes moldes e contexto, “reduz o risco e aumenta o potencial de sucesso”, acredita o gestor. O projeto tem em conta soluções centradas no utilizador, como balneários, com cacifos e duches, numa ótica de promoção do espírito comunitário e o bem-estar no local de trabalho, dizem os investidores. Os pátios interiores com claraboias e zonas ajardinadas para usufruto dos utilizadores irão aportar luz natural e espaços verdes ao edifício, no objetivo de melhorar a qualidade ambiental e o conforto, defendem. O projeto inclui 90 lugares de estacionamento para bicicletas e 42 pontos de carregamento para veículos elétricos, numa perspetiva de incentivar a mobilidade sustentável e a redução da pegada de carbono. O parque de estacionamento está concebido para 416 automóveis. O edifício prevê obter as certificações LEED Gold e WELL Platinum e será desenvolvido em conformidade com a taxonomia europeia. No comunicado enviado às redações, é ainda salientado que o HOP terá acesso direto à estação de metro, o que facilitará a mobilidade de colaboradores e visitantes. O edifício também será certificado com WiredScore, refletindo a sua conectividade digital e tecnológica. Os investidores realçam ainda que a reabilitação teve em atenção a localização no centro do Porto e, nesse sentido, decidiram valorizar e conservar a árvore que se distingue na entrada do edifício, que terá entre 50 a 70 anos. Com o início das obras, arranca também o processo de arrendamento dos escritórios. Os espaços de retalho e serviços já estavam em comercialização.