Rabo e rato de fora. As palavras proibidas nas novas matrículas
Já se sabia que o novo formato de matrículas, que se tornou oficial e em vigor desde 2 de março, teria limitações. O motivo? A nova série de matrículas, constituída por dois grupos de letras e outro central de dois algarismos, permite novas combinações de caracteres que incluirão, pela primeira vez, as letras Y, K e W, num total de 28 milhões de combinações possíveis. E algumas podem ser pouco recomendáveis, até porque não é o utilizador a escolher as palavras que são formadas.
O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) indicou desde o início que o novo método utilizado na composição das matrículas para automóveis novos em Portugal poderia permitir a formação de palavras obscenas e combinações maldosas, que estão assim proibidas.
Nesta semana, ficou-se a saber algumas das combinações "malditas", numa altura em que já se atribuíram as novas matrículas a mais de 105 mil veículos - embora existiram já muitos portugueses a alterar o formato das suas matrículas antigas com novas chapas, já sem os traços e com os novos critérios, várias delas estão ilegais por não cumprirem o distanciamento necessário entre grupos de números e letras.
As novas combinações com dois conjuntos de letras têm a duração prevista de 45 anos e as combinações têm de cumprir uma regra para a exclusão de combinações de palavras que possam ser consideradas incómodas, ofensivas e pouco desejáveis, de acordo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes.
O algoritmo responsável pela criação destas matrículas está programado para impedir a utilização simultânea de vogais no fim do primeiro e do segundo conjunto de letras e a exceção só deverá acontecer quando qualquer um dos dois grupos registar uma vogal repetida, explica a entidade ao jornal Expresso.
E que palavras estão excluídas à partida? Alguns dos exemplo são: "rabo"ou "pila", mas nesse processo há outras combinações "inocentes" que caem como "rato", "pato", "peru", "bola", "bolo", entre outras.
Já sobre a inexistência de qualquer ponto ou traço a separar letras e números - embora deva existir um espaçamento -, o IMT explica: "Tendo presente as dimensões do tipo de caracteres no fabrico das chapas, verificou-se que algumas combinações do novo formato que incluam mais do que uma das letras mais largas não teriam espaço suficiente para a sua inscrição."
Portugal abandona assim algo que distinguia as suas matrículas. Não só caiu a indicação a amarelo do ano e mês da matriculação do veículo como, ao cair a separação por traços, as matrículas portuguesas ficam mais próximas do que, nesta matéria, já acontece nos restantes países da União Europeia.