"Há que melhorar os fluxos de turistas que chegam às cidades", diz secretária-geral da AHRESP

Secretária-geral da AHRESP diz que Portugal pode receber ainda mais turistas, desde que estes sejam desviados dos centros urbanos. A tecnologia pode dar uma ajuda.
Publicado a
Atualizado a

Portugal foi distinguido, pelo terceiro ano consecutivo, com o prémio Melhor Destino Turístico Europeu e o Turismo de Portugal recebeu o prémio de Melhor Organismo Oficial de Turismo também pelo segundo ano. Com as filas no aeroporto de Lisboa a causarem má impressão a quem chega a Portugal, a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, reconhece que é preciso gerir melhor a chegada dos turistas e canalizá-los para outras regiões que não os centros urbanos de Lisboa e Porto.

"Esta distinção vem demonstrar que temos um destino turístico único, com oferta de serviços de excelência", diz Ana jacinto, sublinhando que foram entregues no total 39 distinções, mais três do que o ano passado.

No entanto, a secretária-geral da AHRESP, reconhece que "há que melhorar os fluxos de turistas que chegam às cidades", acrescentando que "é verdade que há locais onde se concentram muitos mais turistas do que em outros e o nosso objetivo é que todos os locais do nosso território possam ser visitados", afirma.

"Não se percebe porque é que toda a gente tem de ir ao mesmo tempo visitar o Museu dos Jerónimos. É preciso criar condições para que as reservas possam ser feitas online, por exemplo", sugere Ana Jacinto.

A responsável acredita que a tecnologia pode ser a chave para reverter a concentração de turistas nos mesmos locais e ao mesmo tempo."Tem que se trabalhar muito mais na parte digital e criar condições para gerir estes fluxos nos centros urbanos mais densos", admite.

O bom exemplo dos Passadiços do Paiva

E deu o exemplo dos Passadiços do Paiva, que ganharam o prémio de Melhor Projeto de Desenvolvimento Turístico. "Por causa do infortúnio do incêndio tiverem de reconstruir [algumas partes que sofreram danos] e aproveitaram para reestruturar tudo o que tinha a ver com a visitação", lembra.

As visitas são agora programadas. "Este era um dos locais que foi praticamente invadido por visitantes", diz Ana Jacinto.

Outra das estratégias para espalhar o turismo por todo o território nacional pode fazer-se "eliminando a sazonalidade [das visitas], que já está mais esbatida, mas ainda existe", acrescenta. Para que as principais cidades portuguesas não se tornem impossíveis de visitar, ou de viver.

O prémio Melhor Destino Turístico Europeu foi atribuído pela primeira vez a Portugal em 2017 e, desde aí, veio sempre parra ao nosso país. Em 2019, concorria com a Áustria, Inglaterra, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Turquia.

Lisboa recebeu o prémio de Melhor Destino de City Break e Melhor Porto de Cruzeiros, a Madeira foi eleita o Melhor Destino Insular, os Passadiços do Paiva ganharam o prémio de Melhor Projeto de Desenvolvimento Turístico e o Dark Sky Alqueva recebeu o Prémio Europeu de Turismo Responsável. O Turismo de Portugal recebeu o prémio de Melhor Organismo Oficial de Turismo.

Trinta e nove prémios, a juntar ao galardão de Destino Mais Sustentável da Europa, atribuído em março. Recorde-se que Portugal foi eleito, em 2018, o Melhor Destino do Mundo pelo segundo ano consecutivo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt