Donas do Pingo Doce e Continente lucram 769 milhões em 2022
Resultado líquido da Jerónimo Martins subiu 27,5% para 590 milhões, e o da MC, da Sonae, caiu 17% para 179 milhões.
O ano de 2022 fica marcado pela crise e subida galopante dos preços dos alimentos, mas os dois grandes grupos nacionais de retalho alimentar - Jerónimo Martins e MC - registaram resultados positivos. Em conjunto, as empresas detentoras dos supermercados Pingo Doce e Continente somaram lucros de 769 milhões de euros no ano passado.
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Enquanto a Jerónimo Martins, que ontem divulgou ao mercado as suas contas anuais, registou um resultado líquido de 590 milhões de euros, uma subida de 27,5% em relação aos 463 milhões do período homólogo, a MC, do grupo Sonae, conseguiu um lucro de 179 milhões de euros -menos 39 milhões do que em 2021. Conforme declarou, na semana passada, Cláudia Azevedo, a CEO da Sonae, a margem de lucro do retalho alimentar do grupo recuou em 2022 para 2,7%.
Já a dona do Pingo Doce louvou o forte desempenho das suas vendas, o que lhe garantiu um aumento de 17% no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), para 1,9 mil milhões de euros. As vendas nas várias insígnias do grupo somaram 25,4 mil milhões de euros, um crescimento de 21,5% face ao ano anterior.
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No comunicado ontem enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o presidente executivo da JM, Pedro Soares dos Santos, fez questão de dizer que a empresa que lidera absorveu "parte dos aumentos de preço apresentados pelos nossos fornecedores, por forma a não transferir todos os incrementos registados ao nível do custo das mercadorias compradas para o aumento dos preços de venda ao consumidor".
O mesmo documento informa que o grupo vai atribuir 289 milhões de euros em prémios aos seus colaboradores em Portugal, na Polónia e na Colômbia e que propôs a distribuição de 345,6 milhões em dividendos aos acionistas.
Todas as marcas do grupo (Pingo Doce e Recheio em Portugal, Biedronka e Hebe na Polónia, e Ara na Colômbia), obtiveram resultados positivos no ano passado, tendo o grupo aberto novas lojas em todas as geografias onde marca presença.
Quanto a 2023, a empresa considera difícil fazer previsões devido à elevada inflação alimentar que apenas parece dar "ténues sinais de abrandamento.
Mónica Costa é jornalista do Dinheiro Vivo