AICEP anuncia novo recorde na atração de empresas estrangeiras para Portugal

Luís Castro Henriques confirma que, até outubro, a agência conquistou 42 novos clientes, ultrapassando os 41 conseguidos em 2021, com impacto na criação de 6100 postos de trabalho. "Isto permite um futuro resiliente", sublinhou.
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Na despedida do cargo de presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques sai com um mais um recorde no currículo: até outubro, a agência conquistou investimento de 42 empresas estrangeiras "que representa mais de 2.500 milhões de investimento" e um impacto de 6.100 postos de trabalho. O número de novos clientes, que poderá aumentar até ao fecho deste ano, é já superior às 41 organizações atraídas em 2021 para território nacional. Tudo, garante, "graças a este trabalho de formiguinha" desenvolvido ao longo dos últimos anos.

Os resultados que pintam o fim do segundo mandato do economista foram apresentados na tarde desta quarta-feira, em Viseu, durante a conferência anual da AICEP, que este ano teve como mote "15 anos a fazer crescer Portugal". Castro Henriques sublinhou ainda que não encontra razões "para não conseguirmos contratualizar 2.000 a 2.500 milhões de euros no próximo ano", assim que os mecanismos de incentivos ao investimento do Portugal 2030 estejam em funcionamento.

A par de mais um recorde - que se vem juntar ao máximo histórico de 2,7 mil milhões de euros de investimento alcançados em 2021 -, o responsável apontou os 15,6% de crescimento nas exportações de bens até ao momento. No conjunto de bens e serviços, as exportações no primeiro semestre do ano atingiram 49% de peso no produto interno bruto (PIB), um valor muito próximo da meta de 50% definida pelo governo para 2025. Por tudo isto, Luís Castro Henriques apontou que, para o futuro, "o desafio já não é pensar nos 50%, é pensar nos 75%". "Essa tem de ser a ambição", reforçou.

Porém, há obstáculos a superar. Desde logo garantir a "diversificação geográfica" dos mercados externos e o aumento da proporção de empresas exportadoras com mais de um país de destino. "A dependência de um só cliente é um risco enorme", lembrou.

Como tem sido hábito nas edições anteriores da sua conferência anual, a AICEP voltou a distinguir as empresas com melhores resultados em duas categorias - Melhor PME Exportadora e Melhor Investimento.

A FRESBEIRA - Indústria de Carnes venceu o galardão das exportações com os resultados alcançados em 2021, ano em que alcançou 22,5 milhões de euros em total de vendas e um valor acrescentado bruto superior (VAB) a 3 milhões de euros. Espanha, França, Luxemburgo, Itália, Cabo Verde e Angola são os seus principais mercados externos para o comércio de carne de suínos, ovinos e caprinos.

O prémio de Melhor Investimento foi entregue à E.P.O.S - Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas, especialista na construção de infraestruturas mineiras, túneis rodoviários, hidráulicos e ferroviários. Com o trabalho dos seus mais de 700 colaboradores e a atividade desenvolvida em mercados como Portugal, Brasil ou Espanha, entre outros, gerou 62,6 milhões de euros em vendas e um VAB de 37,6 milhões em 2021.

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