Telma Monteiro: "Os Jogos Olímpicos deveriam ser adiados"
A judoca portuguesa lembra que os atletas estão em casa com muitas limitações para treinar e está convencida que o Comité Olímpico ainda vai mudar a data dos Jogos.
A judoca portuguesa Telma Monteiro considera que a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de manter os Jogos Olímpicos de Tóquio para a data prevista (de 24 de julho a 9 de agosto) baseia-se numa "leitura incorreta" relativamente à evolução da pandemia de coronavírus e, nesse contexto, assume que o evento "devia ser adiado".
Relacionados
"Parece-me que esta decisão é tomada a prever um cenário muito otimista, face à propagação e contaminação do covid-19. É uma leitura incorreta, porque não se sabe quanto tempo falta para se controlar este vírus global. Penso que os Jogos Olímpicos deveriam ser adiados", assumiu ao site oficial do Benfica a judoca que nos Jogos do Rio de Janeiro conquistou a medalha de bronze.
Telma Monteiro é da opinião que não foi levado em consideração "todo o processo até chegar o dia da cerimónia de abertura". "Onde fica a igualdade de oportunidades que, no fundo, está contida nos valores olímpicos de Coubertin?", questionou, lembrando que "no mínimo nas próximas semanas, os atletas ou estão em casa e têm poucas condições para treinar, ou estão a treinar muito condicionados". Nesse sentido, lançou outro problema com que ela própria se debate: "Aqueles que ainda não conseguiram a qualificação para os Jogos, como poderão preparar-se e lutar pela por ela?."
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
"A qualificação olímpica de muitos desportos está suspensa, as competições foram desmarcadas ou adiadas, por isso manter os Jogos Olímpicos na data prevista compromete as opções que as federações internacionais de cada modalidade poderiam ter para proporcionarem alterações de modo que decorresse um apuramento olímpico justo para todos", alertou Telma Monteiro que ainda acredita que a data dos Jogos de Tóquio "acabará por ser alterada".
"Esta decisão foi tomada com base num cenário hipotético daqui a quatro meses, quando deveria ser focada no momento atual. Sinceramente, estou convencida de que a data acabará por ser adiada. Quero muito pensar com otimismo, em Portugal estamos habituados a ser resilientes, mas há que aguardar, porque estamos sempre a falar de algo imprevisível", concluiu.