Sul-coreanos com muitas queixas sobre o jogo "duro e estranho" na Coreia do Norte

A federação da Coreia do Sul pondera apresentar uma queixa na FIFA. Avançado do Tottenham revela que foi uma sorte regressarem sem lesões, enquanto o vice-presidente da federação queixa-se da falta de condições de alojamento. Televisão sul-coreana recebeu DVD com o jogo, mas as imagens não têm qualidade para irem para o ar.
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Estádio vazio, jogo duro e ambiente estranho. Foi assim caracterizado pela comitiva da seleção da Coreia do Sul que na terça-feira empatou 0-0 na Coreia do Norte, num jogo que tinha tudo para ser histórico, mas que irá motivar uma queixa por parte dos sul-coreanos à FIFA.

Son Heung-min, avançado do Tottenham e a principal estrela da seleção treinada por Paulo Bento, admitiu esta quinta-feira, à chegada ao aeroporto de Incheon, que irá lembrar-se durante muito tempo desta partida disputada em Pyongyang como tendo sido "uma experiência estranha", durante a qual os jogadores sul-coreanos tiveram sorte evitar lesões frente aos jogadores norte-coreanos que considerou terem sido "muito duros". "Foi difícil para os jogadores e para o staff", acrescentou Son.

"O jogo foi muito agressivo e foi uma grande conquista regressar em segurança, sem qualquer lesão", afirmou o avançado do Tottenham, revelando ainda que "além de agressivos, os jogadores norte-coreanos diziam muitos palavrões".

Apesar da agressividade descrita por Son Heung-min, o árbitro Abdulrahman Al Jassim, do Qatar, apenas mostrou dois cartões amarelos à equipa norte-coreana.

Choi Young-il, antigo futebolista e atual vice-presidente da federação sul-coreana, considerou que o jogo "foi como uma guerra". "Os norte-coreanos nem olhavam para nós, mesmo quando falavamos com eles... nem respondiam", acrescentou, admitindo que a direção da federação vai debater a possibilidade de apresentar uma queixa junto da FIFA, relativamente ao que descreveu como uma falha norte-coreana em garantir boas condições de alojamento à equipa visitante e por ter impedido meios de comunicação social e espetadores de assistirem ao jogo num estádio com capacidade para 50 mil espectadores, que esteve vazio.

Num jogo sem cobertura televisiva, a Coreia do Norte entregou um DVD com o jogo para que a televisão sul-coreana possa transmitir o jogo em diferido, algo que pode revelar-se impossível uma vez que a qualidade das imagens não permite a sua exibição.

Refira-se que estas duas seleções já se encontraram várias vezes, mas sempre na Coreia do Sul ou em campo neutro. Nas eliminatórias para o Mundial 2010, por exemplo, a Coreia do Norte disputou os seus dois jogos em casa com a vizinha do Sul na cidade chinesa de Xangai. Há quase 30 anos que estas duas seleções não se encontravam em Pyongyang, uma vez que os dois países se encontram tecnicamente em conflito, uma vez que no final da Guerra da Coreia, que decorreu entre 1950 e 1953, os dois estados assinaram um armistício que, no entanto, ainda não foi substituído por um tratado de paz.

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