Jorge Jesus acumula recordes e critica colegas: "Não entendo estas mentes fechadas"
O Flamengo de Jorge Jesus continua a sua campanha vitoriosa no campeonato brasileiro. Depois de ter ido vencer em Porto Alegre ao Grémio por 1-0, ficando a dois pontos do título, a equipa atingiu 81 pontos, tantos quantos o recorde estabelecido em 2015 pelo Corinthians desde que a prova é disputada com 20 clubes, ou seja, desde 2006.
O clube do Rio de Janeiro tem todas as condições para ultrapassar a marca, uma vez que ainda tem quatro partidas pela frente. O recorde absoluto pertence ao Cruzeiro que, em 2003, colecionou 100 pontos num campeonato com 24 clubes.
Ao ultrapassar o Grémio em Porto Alegre, o que não acontecia há 15 jogos, o clube rubro-negro conta 25 vitórias, seis empates e três derrotas, tendo estabelecido assim um novo máximo de triunfos num campeonato disputado por 20 clubes, ultrapassando os registos de Cruzeiro (2014), Corinthians (2015) e Palmeiras (2016).
Um outro recorde ultrapassado no domingo foi o de melhor marcador do Flamengo numa edição do Brasileirão. Gabriel Barbosa, ao apontar de grande penalidade o único golo da partida, chegou aos 22 e tornou-se no recordista do clube no campeonato, destronando uma figura mítica do Flamengo, Zico.
Mas há mais: caso Gabigol se mantenha na frente e seja secundado pelo colega Bruno Henrique, que tem 18 golos, o Flamengo irá repetir uma proeza só alcançada pelo Santos de Pelé em 1961 e em 1968, quando o clube de São Paulo foi campeão e teve os dois melhores marcadores.
Apesar da época bem-sucedida, no final da partida o treinador português lamentou a forma como tem sido tratado por alguns colegas de profissão.
"Não vim tirar o lugar a ninguém, não vim ensinar ninguém. Vim trabalhar dentro de uma metodologia de jogo que apresentei à equipa, aos meus jogadores do Flamengo. Não sou melhor nem pior do que nenhum treinador do Brasil", começou por dizer.
"O que quero que percebam é que não venho demonstrar que os treinadores brasileiros têm mais ou menos valor. Também queria lembrar aos meus colegas que em Portugal já treinou um grande treinador brasileiro na seleção, chama-se Scolari. Foi acarinhado por todos os treinadores portugueses", disse Jesus, que enumerou ainda outros técnicos brasileiros que passaram por Portugal, como Lazaroni, Abel Braga, Carlos Alberto, René Simões e Paulo Autuori.
"Quando treinaram em Portugal, nós os treinadores portugueses tentámos aprender, tentámos tirar alguma coisa de positivo e nunca houve esta agressividade verbal que os treinadores do Brasil têm sobre mim, aqueles que estão praticamente aposentados, já estão em casa com luvas e a tremer.Não entendo estas mentes fechadas e espero que olhem para mim como um colega de profissão independentemente de ser português, argentino ou brasileiro", concluiu.