Franceses tentam novo recorde de volta ao mundo

Trimarã "Spindrift 2" iniciou hoje, às 11h 47m e 27 segundos, volta ao mundo sem paragens. Objetivo: bater o recorde de circum-navegação estabelecido em 2017 pelo "IDEC Sport"
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A linha de partida foi estabelecida entre o farol de Créac'h (ilha de Ushant, Bretanha, França) e o farol de Lizard (Inglaterra).

Reunidas condições meteorológicas o mais próximo possível do ideal - mar chão e brisa de 20 nós de sudoeste - os 12 tripulantes do "Spindrift 2" - um trimarã à vela de 40 metros, o maior do mundo - fizeram-se ao mar, rumo ao sul, pretendendo cruzar a linha do equador dentro de cinco dias.

O skipper é o velejador francês Yann Guichard e o seu objetivo é conquistar o Troféu Júlio Verne - ou seja, tornar-se no barco à vela mais rápido de sempre a dar a volta ao mundo, sendo a linha de chegada coincidente com a linha de partida. Terá de passar a sul dos três grandes cabos, por esta ordem: Cabo da Boa Esperança (África do Sul); Cabo Leeuwin (Austrália); e por último o mítico Cabo Horn (Argentina), extremo sul da América Latina.

O que está então em causa é circum-navegar o planeta em menos de 40 dias, 23 horas, 30 minutos e 30 segundos - a marca estabelecida em janeiro de 2017 pela tripulação do trimarã "IDEC Sport", capitaneada por outro francês, Francis Joyon. Para o recorde ser batido, Guichard e os seus onze velejadores terão de cruzar a linha de chegada antes das 11h, 16 minutos e 57 segundos do próximo dia 26 de fevereiro.

O percurso terá uma extensão rondando as 21,6 mil milhas (cerca de 40 mil quilómetros). Importa percorrê-lo a uma média superior à do "IDEC Sport" em 2017: 22,8 nós (42,3 km/h). Poderá seguir aqui, minuto a minuto, a rota do "Spindrift 2".

Do ponto de vista da navegação, o grande desafio é o Atlântico, mais inconstante. De resto, os mares do Sul (Índico e depois o Pacífico) costumam nesta altura do ano revelar-se verdadeiras autoestradas para veleiros: muitos e favoráveis ventos. A organização não estabelece nenhum limite: o "Spindrift 2" poderá, feita a devida ponderação entre velocidade e perigosidade, navegar até à zona dos icebergs do sul, tornando o percurso mais curto.

O Troféu Júlio Verne, que não implica nenhum prémio monetário - pelo contrário, quem o quiser disputar tem de pagar para isso - foi criado para o primeiro veleiro que conseguisse fazer a volta ao mundo de França a França em menos de 80 dias. A primeira tripulação a conquistá-lo foi a do "Explorer", em 1993, capitaneada pelo francês Bruno Peyron, que estabeleceu a marca de 79 dias, 6 horas, 15 minutos e 56 segundos.

A organização só estabelece que o barco tem se ser à vela - sem limites de dimensão ou de número de tripulantes.

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