Jogo interrompido por insultos a um jogador

Zozulya foi alvo de cânticos insultuosos e cartazes ofensivos no regresso a Vallecas onde os adeptos não lhe perdoam o passado "nazista".
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Roman Zozulya volta a ser notícia em Espanha. Quase três anos depois de ter saído do Rayo Vallecano, depois de os adeptos não o perdoram pelo passado "nazi", o polémico jogador ucraniano voltou este domingo a Vallecas, agora como jogador do Albacete e não correu bem. O jogo da liga espanhola entre o Rayo Vallecano e o Albacete foi mesmo interrompido tal os insultos ao jogador.

Este domingo, além de ser brindado com cartazes a dizer "não és benvindo aqui" e assobiado cada vez que tocava na bola, o atleta foi alvo de cânticos como "Roman Zozulia és um nazi", "Roman és um palhaço" ou "Fascistas fora de Vallecas". Tal foi o ambiente criado que o árbitro da partida parou o jogo e recorreu ao sistema sonoro do estádio para pedir aos adeptos para pararem com os insultos ou teria de suspender o jogo. O que acabou por aconteceu depois do intervalo, já que os jogadores do Albacete recusaram regressar ao relvado.

Entretanto, a Liga espanhola, através de um comunicado, mostrou estar do lado do Albacete. "A Liga anuncia o seu acordo com a decisão tomada pelo árbitro do jogo entre Rayo Vallecano e Albacete Balompie para a suspensão do jogo devido aos graves insultos recebidos pelo jogador do clube visitante, Roman Zozulia. A Liga continua a trabalhar contra a violência, o racismo e a xenofobia nos estádios de futebol e manifesta a sua mais sincera repulsa pelo que aconteceu".

O organismos espanhol deve agora decidir se penaliza o Rayo com derrota no jogo ou se há lugar a reatamento do jogo.

Caso vem de longe...

O caso começou no último dia do mercado de inverno de 2017, a 31 de janeiro, quando Zozulya foi emprestado ao Rayo Vallecano pelo Bétis. A meio da tarde a transferência, então oficializada, foi desmentida... até que saiu a lista final dos inscritos na liga espanhola e nela constava o nome do jogador. No entanto, na manhã de dia 1, o acordo entre os dois clubes foi anulado na sequência de manifestações dos adeptos de Vallecas que questionavam o alegado passado nazi do jogador de 27 anos.

Zozulya reconheceu ter colaborado com o exército da Ucrânia com a intenção de defender o seu país, mas garantiu não ser apoiante nem estar ligado a qualquer movimento de apoio a um grupo paramilitar ou neonazi. As explicações de nada lhe valeram face às fotografias de arma em punho e ao lado de separatistas que começaram a circular nas redes sociais.

Zozulya voltou então a Sevilha, onde permaneceu de folgas forçadas até que todas as partes envolvidas garantam a segurança do atleta e ele possa exercer a sua atividade profissional... no Rayo, clube em que já estava inscrito. Depois de regressar a Sevilha para umas férias forçadas o ucraniano lá voltou a Vallecas, mas nunca deixou de ser um alvo dos adeptos do Rayo - alguns deles chegaram a ser alvo de uma queixa crime.

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