Bruno Lage: "Nunca abdiquei de nenhuma competição"

Treinador do Benfica abordou jogo com o Shakhtar, quinta-feira, no Estádio da Luz. Encarnados perderam na Ucrânia por 2-1. Ferro aborda momento menos bom.
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Bruno Lage não vai abdicar da Liga Europa para apostar tudo no campeonato. Para o técnico dos encarnados o jogo mais importante é sempre o próximo e por isso só pensa no Shakhtar Donetsk (quinta-feira, 20.00, SIC). O Benfica perdeu na Ucrânia, por 2-1, e preciso dar a volta ao resultado para passar aos oitavos de final da prova.

"A preferência é o jogo seguinte. Vencer um jogo e preparar o seguinte é diferente de não vencer e preparar o jogo que se segue. Todos os que subirem ao relvado estarão disponíveis para jogar. Em função da estratégia e da análise, temos de escolher o melhor onze para cada momento e não abdicar de nada. Nunca abdiquei de nenhuma competição. Nem de ninguém. Temos o Gabriel, com uma lesão rara que não está entre nós. Por que vou poupar alguém que não sei se amanhã vai estar disponível? Depois, temos jogadores de 30 anos que recuperam de uma maneira, outros de 25 que recuperam de outra...", revelou o treinador do Benfica, na antevisão do jogo com a equipa de Luís Castro.

Luís Filipe Vieira disse que o Benfica ia festejar duas vezes no Marquês de Pombal esta época, mas a equipa ainda está em três frentes (campeonato, Taça e Liga Europa). Por isso os jornalistas quiseram saber se a Liga Europa é um objetivo. "O presidente também me diz para ganhar sempre o próximo jogo. O que me diz em particular fica entre nós", respondeu Lage antes de desconversar sobre a utilização de Samaris: "Eu aposto em toda a gente. No Samaris, Florentino, Weigl, Taarabt, David Tavares... qualquer destes médios está preparado para jogar."

Questionado sobre se Taarabt vai passar a jogar mais como segundo avançado, respondeu: "Para aquele jogo [com o Gil Vicente] foi, mas ele já tinha feito aquela posição. Ele conhece muito bem aquela posição, a outra tem desempenhado muito bem. O que me dá prazer é ver o Adel corresponder à aposta, não minha, mas do Benfica em lhe dar mais uma oportunidade."

Ferro tem sido muito criticado, como se trabalha uma situação dessas? "De uma perspetiva coletiva é fazer a análise que fazemos regularmente. Acho que foi algo que trouxemos e que a equipa aceitou bem, essa análise crítica, nunca no sentido de apontar o erro ou responsabilizar alguém, mas sim de identificar e perceber como melhorar. O nosso foco assenta muito no que temos de fazer em campo. Depois, é dar motivação e responsabilidade, por um um lado, e conforto para ele continuar a evoluir. De forma coletiva, vir com emoções negativas de um jogo para outro não ajuda. É nestas duas ou três coisas que centramos a nossa atenção", explicou Lage.

Ferro: "Temos todas as possibilidades para seguir em frente"

A viver um momento menos bom ao nível individual, Ferro não quis comentar de forma direta a sua situação. "Não perco sozinho, tal como não ganho sozinho. Não quero estar aqui a falar só de mim, quero falar do Benfica. Há jogos mais bem conseguidos, outros menos bem conseguidos. Mas isso compete ao míster analisar e falar comigo", disse o defesa central, esta quarta-feira, na antevisão do jogo com os ucranianos.

"Como já disse várias vezes o míster, não são apenas 4 ou 5 que defendem, mas sim onze. O futebol é um jogo de erros, uma vez errámos mais, outras menos, mas não posso dizer que haja uma diferença para esta época. Simplesmente estamos numa fase em que sofremos mais. Não podemos dizer que mudámos ou abordámos o jogo de forma diferente. São fases e cabe-nos melhorar para a superar", defendeu Ferro, lembrando que "pode melhorar em tudo", caso contrário vai "estagnar".

Questionado sobre o que pode melhorar, respondeu: "Acho que estou mais experiente, como é óbvio, e mais homem, porque partilhar o balneário com homens é diferente. Estou mais preparado a nível psicológico do que estava há um ano também."

A equipa da Luz perdeu fora de casa por 2-1, mas o jogador do Benfica acredita que o duelo de quinta-feira será diferente: "Será perante o nossos adeptos e temos todas as possibilidades para seguir em frente. Será muito difícil, pois o Shakhtar joga muito bem, tem jogadores muito forte, mas penso que o jogo será diferente, pois atuar em casa não é a mesma coisa do que fora, pois teremos os adeptos do nosso lado."

O Benfica venceu o Gil Vicente na segunda-feira (1-0), depois de quatro jogos sem ganhar. Uma fase menos boa, que não interfere nos planos da equipa.

Luís Castro: "Esperamos sair vitoriosos da batalha de Lisboa"

Vencer. É esse o objetivo do treinador do Shahktar Donetsk, Luís Castro, na segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Isto apesar de um empate ser suficiente para seguir para os oitavos, uma vez que venceu na primeira mão por 2-1. "Antes de um jogo, nunca fui capaz de dizer a uma equipa minha que íamos entrar em campo para empatar. O nosso objetivo é sempre ganhar, mesmo com hipóteses reduzidas que isso aconteça. [Na primeira mão] Estivemos por cima grande parte do tempo, mas as hipóteses eram divididas. Esperamos sair vitoriosos da batalha de Lisboa", sublinhou o treinador português da equipa ucraniana.

O Benfica esteve quatro jogos sem vencer, mas técnico do Shakhtar não considera que o clube da Luz esteja a passar por uma crise de resultados, pois perdeu com três equipas "fortes" (FC Porto, Sp. Braga e Shakhtar Donetsk). "Eu duvido muito das crises dos clubes. Acredito em zonas do ano mais complexas. Perder com equipas que toda a gente reconhece que são fortes é crise? Crise é perder com equipas que estão a lutar para não descer, de forma seguida. Ganhámos ao Benfica porque fomos mais competentes que um bom Benfica", explicou.

Luís Castro, de 58 anos, revelou que os seus jogadores "estão totalmente identificados" com as diferentes dinâmicas apresentadas pelo Benfica nos jogos recentes, esperando que o Shakhtar Donetsk repita o que fez na primeira mão e não perca a sua identidade.

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