Vandalizada casa do futebolista candidato a presidente do Sindicato dos Jogadores
A casa de Ibraim Cassamá, futebolista e candidato à presidência do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), foi vandalizada com a inscrição de expressões racistas, denunciou esta terça-feira a candidatura do médio do Real Massamá, no Instagram.
"Ibraim Cassamá, um homem de família, jogador de futebol e candidato às eleições do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol foi alvo deste vandalismo na sua casa de família", lê-se na publicação na rede social, acompanhada por várias fotos, nas quais se podem ler expressões de teor racista escritas nos muros da casa.
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A candidatura de Cassamá assegura que não irá compactuar "com este e outros atos que têm acontecido", e garante que "na defesa do interesse da classe que representa (...) vai continuar a expressar as suas ideias, mesmo que isso represente coerção ou represálias, numa perspetiva de respeito por todos".
A lista liderada pelo médio do Real Massamá, de 35 anos, garante que "a luta do Ibra foi até aqui, e será sempre, pela inclusão de todos e em tudo".
Além de Ibraim Cassamá, que tem dupla nacionalidade (portuguesa e guineense) e é internacional pela Guiné-Bissau, avançaram com candidaturas à presidência do SJPF, Ana Filipa Lopes, futebolista do Condeixa, e Joaquim Evangelista, que lidera a estrutura desde 2005.
Entretanto, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) já se solidarizou com Ibraim Cassamá. "Neste momento exige-se que os autores destes ataques sejam denunciados, devidamente identificados e punidos. O sindicato irá reforçar o apelo junto das autoridades com competência em matéria criminal e apela a todos os que tenham informações sobre os autores destes ataques", refere a estrutura sindical, em comunicado.
Joaquim Evangelista, presidente do SJPF e candidato a um quinto mandato, deixou uma mensagem pessoal de apoio a Ibraim Cassamá, condenando os atos de vandalismo.
"Num país democrático, onde os valores da igualdade, do respeito, do pluralismo de ideias e opiniões devem imperar, é inaceitável que atos como estes possam ter lugar. Todo o discurso de ódio e violência e o ambiente de guerrilha que tem imperado nas últimas semanas no futebol português é simplesmente inaceitável. Naquilo que precisar do sindicato, e de mim pessoalmente, o Ibraim sabe que conta connosco", afirmou.