Telmo Pinão dá primeiro diploma a Portugal após desqualificação de belga

O ciclista Telmo Pinão garantiu hoje o primeiro diploma para Portugal nos Paralímpicos, ao subir do nono para o oitavo lugar na prova dos 3.000 metros de perseguição individual C2, após a desqualificação de um atleta belga. "É mais um rebuçadinho que me cai no colo", diz o atleta.
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"Sinto-me feliz com o que fiz, o diploma é mais um rebuçadinho que me cai no colo assim de repente, mas tudo isto é fruto de um trabalho de anos e, sobretudo, desta época", afirmou Pinão, pouco depois de ter subido do nono para o oitavo lugar, na sequência da desclassificação de um ciclista belga.

Ewoud Vromant, que tinha conseguido o melhor tempo na eliminatória com a marca de 3.30,290 minutos, um novo recorde mundial, foi desqualificado na sequência de um protesto por irregularidades na bicicleta.

Com a desqualificação do belga, Telmo Pinão, que concluiu a prova em 4.03,192, marca que lhe permitiu retirar mais de quatro segundos ao próprio recorde nacional (4.07,911) subiu do nono ao oitavo posto da classificação, garantindo assim um diploma.

"Tirar aqui quatro segundos ao recorde nacional é muito bom, é perfeitamente divinal", disse o ciclista, de 41 anos, admitindo que se antes da prova lhe dissessem que iria melhorar a marca em um segundo "já ficava muito contente".

Pinão, que se tornou no primeiro ciclista português a competir na variante de pista em Jogos Paralímpicos, afirmou que "não é fácil retirar tanto tempo ao recorde nacional" e lembrou que desde 2019 que não treina em pista.

O ciclista natural de Coimbra disse que se inscreveu na prova de pista "à última hora", reconhecendo como "ótimo" o resultado conseguido hoje no Velódromo de Izu e fruto de um trabalho de 12 anos, que se intensificou nos últimos sete.

"Ando aqui há 12 anos, mas só em 2014 comecei no Alto Rendimento. É ótimo, sinto que mereço este lugar", afirmou o ciclista, que não tem parte da perna esquerda.

Durante a eliminatória, na qual os quatro melhores garantiram acesso à luta pelas medalhas, o recorde do mundo foi batido três vezes, a última das quais pelo Vromant, mas a desclassificação do belga anulou a marca.

O novo recordista do mundo é o francês Alexandre Laute, que marcou 3.31,817, pouco depois de o japonês Shota Kawamoto ter cronometrado 3.36,117.

Na final, Laute assegurou a medalha de ouro, impondo-se ao australiano Darren Hicks, que ficou com a prata.

(Notícia atualizada com as declarações do ciclista Telmo Pinão)

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