Sporting tem tudo contra. Mas empate de Alvalade dá esperança

Leões jogam com o Arsenal (20.00, SIC) e Rúben Amorim acredita na vitória apesar da estatística desfavorável. Paulinho ou Chermiti no ataque, eis a questão por revelar.

Do orçamento (24 milhões de euros contra os 105 milhões dos gunners), ao valor do plantel (233 milhões contra os 803 milhões dos londrinos), passando pela estatística negativa dos confrontos diretos com o Arsenal (quatro derrotas e um empate em cinco jogos) e das deslocações a Inglaterra (não vence há 18 anos), Sporting tem tudo contra si esta noite em Londres (20.00, SIC e Sport TV1).

Tudo menos o querer e o resultado conseguido na primeira mão, em Alvalade. O empate (2-2) dá não só esperança à equipa de Rúben Amorim como abre possibilidades para a passagem aos quartos de final da Liga Europa, uma vez que as equipas partem em igualdade no marcador - golos marcados fora deixaram de ser valorizados para efeitos de desempate.

Para isso os leões precisam vencer em Inglaterra (seja nos 90 minutos, no prolongamento ou nos penáltis), algo que não conseguem desde março de 2005, quando foram vencer a casa do Middlesbrough (3-2) nos oitavos de final da então Taça UEFA. Nesse ano o Sporting, então treinado por José Peseiro, só foi travado na final pelo CSKA de Moscovo. Desde o triunfo em Middlesbrough, com golos de Pedro Barbosa, Liedson e Douala, que os leões nunca mais voltaram de Inglaterra com esse resultado, totalizando nove derrotas, quatro empates e duas vitórias.

Desta vez, a tarefa está ainda mais complicada. O adversário é o líder da Premier League, que tem reinado em casa esta época (13 triunfos em 17 jogos) e o Sporting joga sem o capitão Coates, Morita (castigados) e Bellerín (lesionado), mas quer repetir os quartos de 2011/12 e 2017/18 e juntar mais 1,8 milhões de euros aos 36,8 milhões já ganhos.

Contornar o empate é vital para a sobrevivência europeia. E mais uma vez com a estatística contra. O Sporting caiu nas primeiras 11 eliminatórias das taças europeias que começou com empates em casa, uma delas com o Arsenal, mas logrou o apuramento em três das últimas quatro. O cenário atual é uma repetição do anterior confronto europeu, no playoff de acesso aos oitavos, face ao Midtjylland, com o empate (1-1) em Alvalade a ser ultrapassado com uma goleada na Dinamarca (4-0). Mas o adversário é bem mais complicado...

Três miúdos chamados. Adán em dúvida

Essugo, Mateus Fernandes e Diogo Pinto são as novidades entre os 24 convocados por Rúben Amorim para o jogo com o Arsenal. Adán foi um dos que viajou para Londres, mesmo estando em dúvida.

Para o técnico do Sporting, a "responsabilidade do jogo está do lado do Arsenal", mas isso "não retira ambição" aos leões, que estão nos oitavos de final "por direito". Mesmo sem esquecer que "do outro lado está uma equipa que joga no melhor campeonato do Mundo", tratando-se de "um jogo tudo é possível", ainda mais se a equipa acreditar: "E nós acreditamos muito, podemos passar a eliminatória e seguir em frente."

E foi isso mesmo que passou ao grupo, admitindo que "começou a picar os jogadores" a seguir ao jogo com o Boavista (vitória por 3-0). Se vai utilizar Paulinho ou Chermiti é esperar para ver, porque revelar isso na véspera era dar trunfos ao adversário, uma vez que as características de um e de outro obrigam a reações diferentes por parte de Arteta. Sentado ao lado do técnico, Paulinho ouviu, já depois de revelar que "o Sporting vai apresentar-se com ambição" e vontade de "contrariar a qualidade do Arsenal". O avançado marcou no jogo da primeira mão e esteve perto de bisar, num lance que não esquece: "Estava 2-1 e podia acontecer muita coisa, acaba por ser um bocadinho difícil dizer o que podia acontecer..."

De resto, "o futebol é o momento" e Rúben Amorim "é um treinador feliz", porque tem "um bom contrato", trabalha num clube que gosta e num projeto de futuro. Razões pelas quais quer ganhar ao Arsenal e não para se mostrar à Premier League. "O que acontecer de mau é responsabilidade minha e o que acontecer de bom é da responsabilidade dos jogadores", disse o treinador leonino, confessando que "vencer o líder da Premier League seria bom a muitos níveis". O que não quer mesmo é que os jogadores pensem que uma eliminação pode ser o fim de uma época. "Não é o fim de nada", garantiu.

Arteta: "Fazer melhor que em Lisboa"

O treinador do Arsenal quer fazer "melhor do que em Lisboa" para vencer o Sporting. Para Mikel Arteta o bom ambiente no balneário gunner é um trunfo, assim como pode ser o regressado Gabriel Jesus (após longa paragem devido a uma lesão).

Questionado sobre se a Liga Europa poderá distrair o Arsenal na corrida ao título inglês, o espanhol relativizou: "Não tivemos grandes noites europeias durante três anos devido à pandemia covid-19. É provavelmente a primeira durante algum tempo e esperamos construir uma atmosfera realmente boa e desfrutar de uma noite com os nossos adeptos contra uma equipa realmente boa e que nos vai apresentar um grande desafio."

isaura.almeida@dn.pt

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