Pedro e Afonso Costa apuraram-se para Tóquio e agora vão ficar 14 dias em isolamento

Os remadores Pedro Fraga e Afonso Costa garantiram ontem em Itália o passaporte para as Olímpiadas em double scull ligeiro. Mas agora estão obrigados a uma quarentena.<br/> .
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Os remadores portugueses Pedro Fraga e Afonso Costa apuraram-se esta qunta-feira para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao terminarem em segundo lugar na final de "double scull" ligeiro da prova de qualificação europeia, que se disputou em Varese, em Itália.

Pedro e Afonso tornaram-se os primeiros remadores portugueses a alcançarem a qualificação para os Jogos deste verão, que foram adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19 e vão realizar-se na capital japonesa entre 23 de julho e 8 de agosto, mas não poderão festejar o feito à chegada a Portugal (chegaram ainda nesta quinta-feira) Motivo? Estão obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias, ou seja, terão que estar isolados, devido às restrições nas viagens de e para Itália.

Esta regra mereceu críticas de Luís Ahrens Teixeira, presidente da Federação Portuguesa de Remo (FPR). "Temos agora um grande desafio, que é gerir a quarentena a que estão obrigados quando chegarem a Portugal, o que é verdadeiramente ridículo, e o outro desafio é afastá-los, o mais possível, do vírus, dado que não há vacinas para os atletas qualificados, mesmo o Estado tendo investido tanto na sua preparação", atirou o responsável à Lusa.

E prosseguiu com as críticas. "Agora, temos os atletas qualificados, que treinam duas vezes por dia e têm de ficar fechados em casa durante 15 dias. É ridículo, quanto mais não seja que se testem os atletas de três em três dias para poderem treinar na água. Não há nada, neste momento, que não nos diga que não temos de ficar de quarentena", explicou o dirigente, lembrando que "a FPR foi considerada insolvente e esteve em bancarrota há oito anos" o que torna este feito "inédito e histórico".

Os dois remadores asseguraram o regresso do remo português aos Jogos Olímpicos, depois da ausência no Rio2016, ao terminarem a prova de qualificação europeia de "double scull" ligeiro no segundo lugar, atrás dos ucranianos Igor Khmara e Stanislav Kovalov, também apurados. Fraga, de 38 anos, vai participar pela terceira nos Jogos Olímpicos, depois do quinto lugar em Londres2012 e do oitavo em Pequim2008, então com Nuno Mendes. Quanto a Afonso, será a sua primeira vez na maior prova de desporto do planeta.

Pedro Fraga mostrou-se "realizado" com a qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, enquanto Afonso Costa enalteceu o orgulho com o apuramento.

"Esta prova tem um significado especial, foi uma época difícil, mas é o culminar do trabalho, do espírito de grupo, não só meu e do Afonso, mas de toda a estrutura. Sentimo-nos realizados, por termos conseguido dar isto à equipa", afirmou Pedro Fraga, em declarações reproduzidas pela Federação Portuguesa de Remo (FPR).

"O único segredo é o trabalho. Nós trabalhámos, estamos de consciência tranquila e muito orgulhosos por irmos a Tóquio", vincou Afonso Costa.

Os remadores Pedro Fraga e Afonso Costa aumentaram para 56 o número de atletas portugueses já com presença assegurada nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.

A seleção portuguesa masculina de andebol tinha sido a última assegurar o apuramento para Tóquio, naquela que será a primeira presença de Portugal da modalidade e a estreia oficial das modalidades coletivas de pavilhão, depois da participação lusa no torneio de demonstração em Barcelona1992.

No torneio pré-olímpico, a equipa das quinas, comandada por Paulo Jorge Pereira, poucos dias depois da morte do guarda-redes Alfredo Quintana, assegurou a qualificação com um triunfo, nos últimos segundos, sobre a França por 29-28, com um golo do capitão Rui Silva, garantindo a presença de 14 andebolistas.

Antes, e também já neste anos, os velejadores Diogo e Pedro Costa tinham garantido a entrada na competição de 470, ao terminarem em segundo no Mundial da categoria, disputado em Vilamoura.

Diogo Costa, de 24 anos, e Pedro Costa, de 26, naturais do Porto e formados em engenharia civil, juntaram-se à embarcação de 49er, vaga garantida por Jorge Lima e José Costa, os primeiros a assegurar uma presença portuguesa nos Jogos, garantindo a quota (não obrigatoriamente ocupada pela dupla).

Com 10 atletas qualificados, o atletismo é a modalidade não coletiva com mais vagas asseguradas para as competições que vão decorrer na capital japonesa, entre 23 de julho a 8 de agosto de 2021, num grupo onde se destacam Pedro Pichardo e Patrícia Mamona, que se sagraram recentemente campeões europeus em pista coberta, e Auriol Dongmo, igualmente campeã no lançamento do peso.

Apesar de existir a forte possibilidade de mais apuramentos (e haverá certamente mais atletas), a comitiva para Tóquio está ainda longe das maiores delegações lusas presentes em Jogos Olímpicos. A maior de sempre foi nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, com um total de 107 participantes, seguida do Rio 2016, com 92 atletas.

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