Portugal e Espanha lutam pela final. Muito talento separado por 10 milhões
A seleção nacional tenta esta quinta-feira chegar à terceira final, frente a uma equipa espanhola avaliada em 165 milhões de euros. Ataque português marca em todos os jogos desde 2016.
A seleção nacional de sub-21 tenta esta quinta-feira chegar à terceira final do Europeu da categoria. Finalista vencida em 1994 e 2015 e ausente da edição de 2019, a equipa das quinas procura um inédito título à oitava presença na fase final. O jogo com a Espanha (17.00, RTP1) no Estádio Ljudski vrt, na cidade eslovena de Maribor, é tido por muitos como uma final antecipada pelas mais-valias de ambas as seleções.
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Como o talento também se mede em milhões, a seleção portuguesa liderada por Rui Jorge está avaliada em 155, 8 milhões de euros, contra os 165 milhões da equipa espanhola. A diferença de quase dez milhões de euros não é significativa e equipara os dois grupos, até nas individualidades. Segundo a avaliação do Transfermarkt, site especialista em mercado de futebolistas, o atleta mais valioso desta meia-final é o avançado português Rafael Leão, do AC Milan, com um valor de mercado de 28 milhões de euros, seguido dos espanhóis Bryan Gil e Marc Cucurella, cotados em 20 milhões.
O historial não entra em campo e isso é uma vantagem para a seleção portuguesa, que procura o primeiros troféu nos sub-21 que é, aliás, o único que falta no museu da Federação Portuguesa de Futebol. Ao contrário, Espanha já ergueu o troféu por cinco vezes (1986, 1998, 2011, 2013, 2019).
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Esta é a quarta meia-final de Portugal num Europeu de sub-21, que até agora se saldaram por uma eliminação e dois apuramentos, um deles à custa dos espanhóis. Foi em 1994, a famosa geração de ouro, liderada por Nelo Vingada, arrancou a estreia em fases finais, com uma vitória sobre a Rojita, por 2-0, com golos de Rui Costa e João Vieira Pinto. Portugal perderia depois a final diante da Itália no prolongamento (1-0), com um golo de ouro de Pierluigi Orlandini.
A equipa das quinas voltaria às meias-finais duas décadas depois, para sofrer novo desaire com os italianos (3-1), desta vez sob alçada do treinador José Romão. Em 2015, Portugal voltaria à final já com Rui Jorge ao leme e nova desilusão perante a Suécia, nos penáltis. Agora tentam a terceira final num Europeu jogado a duas fases devido às restrições da pandemia. Há dois meses, Portugal venceu Suíça (3-0), Inglaterra (2-0) e Croácia (1-0) e ganhou o direito de jogar nos quartos-de-final com Itália com um triunfo por 5-3 no prolongamento.
O vencedor desta meia-final irá discutir o título com Holanda ou Alemanha, que se defrontam três horas depois na cidade húngara de Székesfehérvár. A final é domingo em Ljubljana.
Um golo sofrido desde 2019
Portugal tem uma equipa muito ofensiva e vários jogadores que estão habituados a estar em fases finais de grandes competições: mais de metade dos 23 convocados de Rui Jorge foram campeões europeus sub-17 em 2016 e/ou sub-19 em 2019.
O selecionador português alertou ontem para os perigos desta meia-final. "O jogo acarreta muitos perigos. Jogamos contra uma equipa que em termos de qualidade de jogo e números está com um rendimento muito bom, com executantes excelentes e um treinador que tem feito um trabalho muito bom. Vamos obviamente sentir muitas dificuldades, inerentes a esta fase da competição, contra uma tremenda equipa como é a seleção espanhola", avisou o selecionador português, assumindo que "vai ser interessante ver como as equipas se vão bater".
A Espanha sofreu um golo, de penálti, nos quartos-de-final, diante da Croácia, e o último tinha sido em 2019, também de... penálti: "É muito tempo sem sofrer golos. Por outro lado, nós marcamos sistematicamente, fruto da nossa forma de jogar, como tal, marcámos em todos os jogos desde 2016. Vai ser muito interessante, um jogo bom de se ver."
Será que parte defensiva da seleção nacional preocupa Rui Jorge, depois de no último jogo ter sofrido três golos? "É evidente que existem pequenos erros, mas não é uma coisa que me preocupe em demasia", garantiu o selecionador, antes de anunciar que o médio Daniel Bragança está em dúvida devido a uma lesão e que pode dar lugar no onze ao avançado Tiago Tomás.
Já sobre as expectativas dos jogadores, o selecionador fez uma revelação surpreendente: "No balneário não costumo entrar e há coisas que eles não dizem à minha frente, mas sinto que valorizam imenso o facto de terem chegado aqui. Já lhes fiz ver a dificuldade que é chegar aos quatro melhores neste escalão. Acho que nesta altura desfrutam do que já conseguiram. Não sou dos que diz que não ganhámos nada. Já ganhámos muita coisa, os jogadores já ganharam experiência e em alguns destes jogos e queremos mais. Obviamente que gostaríamos de chegar um patamar mais acima, mas temos de defrontar Espanha."
Questionado sobre se esta é a melhor geração de sub-21 portugueses, Rui Jorge disse que "é difícil dizer se esta é a melhor ou a pior" e se pode finalmente conquistar o título europeu, mas uma coisa é certa: "No jogo com com a Itália, alcançámos a 11.ª vitória consecutiva em jogos oficiais e igualámos o que tínhamos feito em 2015 com a equipa que foi à final."
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