Pedida a insolvência da SAD do Vit. Setúbal

Foi entregue na Comarca de Setúbal uma ação judicial contra o futebol do emblema sadino, no valor de cinco mil euros. Há 29 ações em tribunal contra o emblema do Bonfim. Presidente lamenta ação judicial e promete lutar pela "sobrevivência" do clube.

Um grupo de quatro credores do Vitória de Setúbal, incluindo o professor Neca e o ex-jogador Leandrinho, pediu a insolvência da SAD sadina. A ação deu entrada no Tribunal de Setúbal no dia 30 de janeiro, mas só foi processada na segunda-feira, dia 1 de fevereiro. Os credores reclamam cinco mil euros à entidade do Bonfim, segundo apurou o DN.

O recém eleito presidente sadino (o terceiro em nove meses), Carlos Silva, disse ao DN ter conhecimento do processo, mas garantiu que ainda não foi notificado. "Acho estranho este pedido nesta altura e não sei o que move as pessoas que o pediram. Estamos há pouco tempo no clube e procuramos soluções, mas não há uma solução milagrosa e este pedido de insolvência não ajuda a arranjar investidores. Vamos aguardar a notificação e defender os nossos interesses", lamentou o líder sadino, garantido lutar pela "sobrevivência" do Vit. Setúbal.

Esta não é a única ação judicial contra o histórico clube de Setúbal. Há neste momento 29 processos em tribunal contra o emblema do Bonfim, no valor de 6, 2 milhões de euros de norte a sul do País. Uma delas é do Município de Setúbal, no valor de 1 497 355,37 intentada a 11 de dezembro de 2020, para que o Tribunal "faça com que o clube e a sociedade anónima desportiva reconheçam e registem a cedência a título gratuito, em 2006, de 32% das ações da SAD de que a edilidade era detentora e, em 2019, dos restantes 8%".

Há ainda uma imobiliária que reclama uma dívida de quase três milhões de euros e queixas de José Couceiro, Rúben Micael, Vidigal ou Rodolfo Vaz.

A avaliação de risco feita à Sociedade mostra que a "estrutura de capitais da empresa revela um grau de solvabilidade relativamente baixo", já que "os resultados transitados indiciam um desempenho económico desfavorável". Daí que, segundo o documento a que o DN teve acesso, o "crédito não seja recomendado". Ou seja, o Vitória dificilmente conseguirá financiamento em alguma instituição financeira. Os financiamentos obtidos no passado (e em dívida) superam os 17,6 milhões de euros (3,8 no Banco Comercial Português e 13,7 na Parvalorem, a entidade pública criada para gerir os ativos tóxicos do antigo BPN).

Rebaixada da I Liga ao Campeonato de Portugal, devido a incumprimentos financeiros, o clube vive assim dias de incerteza desportiva e financeira com vários meses de salário em atraso. O licenciamento para a futura Liga 3, que substitui o Campeonato de Portugal está em risco. O prazo dado pela Federação Portuguesa de Futebol aos clubes expira no dia 15 e caso o falhe será condenado aos distritais.

Os 110 anos, as três Taças de Portugal (1964-65, 1966-67, 2004-05), uma Taça da Liga (2007-08) e as 77 presenças no escalão maior do futebol português fazem dos sadinos o sétimo grande do futebol português. Um grande em queda. O Vitória viver à sombra de um PER (Processo Especial de Revitalização). Desde 2015 que o mecanismo de proteção contra credores e de renegociação de dívidas para entidades perto da insolvência tem salvado o clube. O último foi aprovado em setembro de 2020 reflete dívidas no valor de 24 milhões de euros, mas segundo o presidente destituído, Paulo Rodrigues, a dívida é de 35 milhões de euros.

Só a dívida ao Estado português é de 5,4 milhões de euros (3,4 à Autoridade Tributária e 1,8 à Segurança Social). Dívida que os sadinos se comprometem a pagar em 150 prestações. Entre as dezenas de credores estão vários ex-jogadores e ex-treinadores, bem como o Centro Hospitalar de Setúbal e a EDP, com créditos de mais de 30 mil euros.

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