Loucura em Paris. Messi chega ao PSG e vai ganhar 35 milhões por ano

A estrela argentina pisou solo francês no início da tarde de ontem, rumou depois ao Hospital Americano para fazer exames médicos. Assinar contrato de duas épocas e é hoje apresentado. Parisienses sonham com a Champions.
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Paris está em estado de loucura. Lionel Messi chegou à cidade e o Paris Saint-Germain tem agora a estrela mais desejada. Foram dois dias de romaria ao pequeno aeroporto Le Bourget, a cerca de 12 quilómetros do centro da capital, ninguém queria perder o momento histórico de ver chegar o jogador que até há uns dias era um símbolo do Barcelona, inatingível mesmo para os clubes mais ricos do mundo, como é o caso do PSG.

Os ponteiros do relógio tinham batido as 15.30 horas (14.30 em Portugal continental) de terça-feira quando Messi pisou finalmente solo francês. Não demorou muito até ser aclamado por centenas de adeptos do clube que, desde 2011, dispõe de rios de dinheiro do Qatar, depois de a Qatar Sports Investements, fundo ligado ao governo daquele país árabe, ter adquirido um emblema parisiense fundado em 1970, mas que poucas vezes tinha conhecido a glória.

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Foi já depois de o PSG ter publicado um vídeo nas redes sociais, sugerindo a chegada da sua nova estrela, que Lionel Messi fez a primeira aparição, numa janela no aeroporto. Usava uma t-shirt branca com a sugestiva frase "Ici c"est Paris" - "Aqui é Paris", na tradução para português.

As lágrimas de domingo, na conferência de imprensa que marcou o adeus do jogador ao Barcelona, davam agora lugar a um largo sorriso e o simples aceno à multidão, como se fosse o Papa na janela do Vaticano, transformou as longas horas de ansiedade em êxtase e histeria coletiva. Afinal, é mesmo verdade: Messi é a nova estrela do Paris Saint-Germain.

Aos 34 anos, a estrela argentina deixa a amada Barcelona, onde esteve 21 anos e de onde nunca imaginou que iria sair, para abraçar uma nova aventura. Os primeiros passos em Paris foram em direção ao Hospital Americano, em Neuilly-sur-Seine, onde deu início aos exames médicos. Estes testes foram supervisionados pela Liga francesa, que exigiu uma avaliação biológica (hemograma e urina) e cardiológica (eletrocardiograma de repouso, ultrassom cardíaco e, se necessário, teste de esforço).

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Foi já ao final da tarde que se soube que o jogador, seis vezes Bola de Ouro, tinha passado com distinção nos exames clínicos. O contrato já foi assinado e é válido para as próximas duas temporadas, com mais uma de opção. No clube do Parque dos Príncipes, Messi vai auferir um salário a rondar os 35 milhões de euros limpos anuais. Certo é que esta quarta-feira, às 11.00 horas (10.00 em Lisboa) no Parque dos Príncipes, está marcada a conferência de imprensa, onde Messi será oficialmente apresentado como a mais cintilante estrela do PSG. Aliás, de acordo com as redes sociais do clube parisiense, o argentino até já tem lugar marcado no balneário da equipa, entre Neymar e Mbappé, um trio que promete muito espetáculo e golos.

Aliás, quem está radiante com a chegada de Messi é o brasileiro Neymar, que fez questão de publicitar essa satisfação nas redes sociais com uma publicação que dizia "Back together" ("Juntos de novo"), acompanhada com uma foto de ambos abraçados a festejar um golo pelo Barcelona, clube onde partilharam o balneário durante quatro anos, mais concretamente de 2013 a 2017.

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Lionel Messi é só a mais recente loucura do clube liderado por um fundo do Qatar e presidido por Nasser Al-Khelaïfi. Em dez anos, foram investidos qualquer coisa como 1391 milhões de euros. Tudo para que Paris, tivesse, finalmente, uma equipa de futebol condizente com a grandiosidade da cidade. Para isso, a conquista da Liga dos Campeões sempre foi o objetivo prioritário, mas nunca alcançado - só em 2020 esteve perto de acontecer quando o PSG perdeu, no Estádio da Luz, a final frente ao Bayern Munique.

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O argentino Javier Pastore, em 2011, foi a primeira grande contratação dos cataris, assim que assumiram a liderança do clube, mas a primeira grande estrela a chegar ao Parque dos Príncipes foi o avançado sueco Zlatan Ibrahimovic, contratado ao AC Milan em 2012 por 21 milhões de euros, numa época em que chegaram também os brasileiros Thiago Silva e Lucas Moura e o argentino Ezequiel Lavezzi.

Nos anos seguintes a porta esteve sempre franqueada às grandes estrelas. O uruguaio Edinson Cavani, em 2013, bateu o primeiro grande recorde de transferências do PSG ao custar 64,5 milhões de euros. O argentino Ángel Di María (2015) ficou perto quando foram pagos por ele 63 milhões.

Mas foi Neymar, dois anos depois, a pulverizar o recorde com os 222 milhões de euros pagos ao Barcelona, verba que ainda hoje é recorde mundial de transferências. Nesse início de época 2017-18 chegou também a Paris o jovem Kylian Mbappé por empréstimo, com a obrigatoriedade de compra dos direitos no final dessa época por 145 milhões de euros. O avançado francês rapidamente confirmou o estatuto de estrela.

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Agora, Nasser Al-Khelaïfi concretiza um sonho que alimentava há muito tempo e que só foi concretizável devido à crise financeira que atingiu o Barcelona. Messi é a joia da coroa de um Paris Saint-Germain que, mais do que nunca, se assume como superfavorito à conquista da Liga dos Campeões. Falta agora saber se o treinador argentino Mauricio Pochettino, de 49 anos, conseguirá aproveitar um plantel de sonho e construir uma equipa capaz de reinar na Europa.

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