Histórico! Portugal na final do mundial de futsal
"Já ganhámos isto!" Foi assim que o selecionador Jorge Braz motivou os jogadores para a marcação dos penáltis, depois de conseguirem o empate no prolongamento (2-2). E assim foi. Portugal bateu o Cazaquistão (4-3) e apurou-se para a final do mundial de futsal pela primeira vez na história. Certo é que já garantiu o melhor desempenho de sempre, superando o terceiro lugar de 2000, na Guatemala.
A final é domingo... frente à campeã Argentina (18.00, RTP1).
Em jogo estava um lugar na final e a vitória do futsal "tradicional" de Portugal sobre o futsal fabricado à custa de milhões do "Brasiquitão". Graças aos investimentos do milionário Kairat Orazbekov, fundador do Kairat Almaty, que já conquistou duas vezes a Liga dos Campeões, e à chegada de jogadores do Brasil, como Leo Higuita e Douglas Junior, o futsal do Cazaquistão passou por um grande desenvolvimento, sendo atualmente uma das melhores seleções do mundo.
A partida começou com uma ameaça de golo de Ricardinho e um susto dos cazaques. Orazov inaugurou o marcador a favor do Cazaquistão, mas o lance foi invalidado, depois de os árbitros recorrem ao suporte de vídeo - a bola tinha saído no início da jogada. Com tudo a zeros outra vez, o Cazaquistão apostou no 5x4, com a subida do guarda-redes Higuita, e criou muitas dificuldades a Bebé.
Portugal assumiu as despesas do jogo e Pany Varela, Miguel Ângelo, Bruno Coelho e Ricardinho estiveram muito perto de fazer o golo, mas não tão perto como Taynan... que acertou na trave após um remate espetacular que entraria para a história do futsal se entrasse.
Com mais opções para rodar no segundo tempo, Jorge Braz regressou com Pany Varela e foi premiado com um golo numa fase importante do encontro. Foi o sexto golo no mundial para o jogador do Sporting, a colocar Portugal em vantagem. Era altura de meter Zicky em campo e provocar desequilíbrios e mais oportunidades de golo (Zicky e João Matos). Do outro lado, Erick e Bruno Coelho faziam de guarda-redes para impedir o golo dos cazaques, cada vez mais perigosos.
A vantagem era curta. Era preciso paciência, controlo emocional, concentração defensiva e alguma sorte. A cinco minutos do fim, a seleção portuguesa ia agradecendo a eficácia dos ferros.... O poste também evitou o 2-0 de Zicky. E foi a 46 segundos do fim que Portugal sofreu o golo que levou o jogo para prolongamento, onde Douglas Júnior ainda colocou o Cazaquistão a vencer.
A seleção precisava de um golo e era uma questão de saber se e quando Jorge Braz usaria o 5x4 para criar superioridade... mas não o fez e o golo do empate chegou à mesma por Bruno Coelho. O jogador do ACC Paris, que em 2018 marcou o golo que deu o título europeu a Portugal, voltou a ser decisivo e levou a decisão para as grandes penalidades, onde Bebé defendeu a primeira e Tiago Brito marcou a última, soltando a loucura na comitiva portuguesa e nas bancadas, onde dezenas de alunos de Erasmus apoiaram a seleção mais uma vez.
Já Jorge Braz saiu disparado para o balneário...
isaura.almeida@dn.pt