Foi preciso explorar o génio de Messi e o talento de Enzo para a Argentina vencer
Seleção azul celeste venceu o México (2-0), mas continua com futebol pobre e sem dar garantias para mais do que a fase de grupo.
Valeram os golos (e que golos!) de Lionel Messi e Enzo Fernández para manter a Argentina no Qatar 2022, mas a jogar assim, a equipa de Lionel Scaloni não evitará calafrios futuros e sofrimento aos adeptos. O triunfo dos campeões mundiais em 1978 e 1986 sobre os mexicanos (2-0) assentou no talento individual e levou as decisões do grupo C para a última jornada, quando jogarem com a Polónia e os mexicanos defrontarem a Arábia Saudita.
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A primeira parte do duelo sul-americano foi um espetáculo pobre e apenas uma oportunidade de golo (um livre de Alexis Vega, com Emi Martínez a agarrar a bola com estilo). De intensidade máxima, a falta foi rainha nos primeiros 45 minutos e colocou o relógio do quinto árbitro - pára o tempo de jogo sempre que a bola pára para definir o tempo de compensação - em alerta máxima.
Para quem precisava vencer para não dizer adeus precocemente ao Qatar 2022, a seleção argentina não soube ferir o ego e entrega azteca nem sequer conseguiu importunar o carismático Ochoa na baliza mexicana.
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O fervor e colorido das bancadas merecia mais para o segundo tempo. Scaloni voltou com os mesmos 11 para o segundo tempo, mas o termo "pressão sobre a bola" não existe no léxico da Argentina. A fé nos desequilíbrios de Di Maria e na magia de Messi era uma estratégia demasiado ousada para correr bem, mas a verdade é que correu. Foi já com Enzo Fernández em campo, que Messi descobriu o caminho para a felicidade. A bola chegou-lhe aos pés teleguiada por Di Maria e o camisola 10 argentino atirou à entrada da área e sem hipótese para Ochoa. Foi o golo 93 de Messi, que assim igualou os oito golos de Maradona em mundiais (Batistuta é recordista com 10).
O golo argentino era um desafio à capacidade ofensiva mexicana, que chumbou no teste e acabou sem qualquer remate à baliza no segundo tempo e ainda sofreu mais um. Se o golo de Messi deu esperança, o sossego só chegou quando Enzo fez o 2-0 com um remate magistral em arco e sem hipótese para Ochoa. O golo do benfiquista é um claro candidato a melhor do mundial até agora.
No México, Andrés Guardado foi a surpresa de no onze e tornou-se no sexto futebolista a jogar em cinco Mundiais. O médio de 36 anos repete as presenças de 2006, 2010, 2014 e 2018 e juntou-se aos compatriotas Antonio Carvajal e Rafa Marquéz e ainda ao alemão Lothar Matthäus e a Messi e Ronaldo.
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isaura.almeida@dn.pt