Fernado Pimenta partiu confiante para Paris.
Fernado Pimenta partiu confiante para Paris.Adelino Meireles/Global Imagens

Fernando Pimenta motivado a tornar-se no primeiro português com três medalhas olímpicas

O canoísta português, atual campeão do mundo, partiu este domingo para Paris, onde vai participar nos seus quartos Jogos Olímpicos.
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Trata-se de uma motivação suplementar àquela que o canoísta português que já leva para Paris2024. "Como é obvio, também tenho essa noção. Acaba por ser um bichinho a puxar ainda um pouco mais por mim. Espero que as coisas corram pelo melhor, que não tenha nenhum azar como no Rio2016, em que, infelizmente, por fatores externos [algas no leme] poderia estar a lutar agora pela quarta medalha e não pela terceira. É ir passo a passo. Focado no que tenho de fazer", vincou.

À partida para a capital francesa, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, o limiano, medalha de bronze em Tóquio2020, em K1 1.000 metros, e prata em Londres2012, em K2 1.000, juntamente com Emanuel Silva, garante estar "muito tranquilo", até pela preparação que fez para este desafio.

"Acho que estou numa das melhores formas de sempre, também trabalhei para isso. Custou-me bastante, mas isso é normal. Estamos muito bem preparados. É chegar a Paris, ver o tato com água e ganhar ainda mais confiança", reforçou o campeão do mundo em título.

A dias de completar 35 anos, em 13 de agosto, Pimenta é cerca de uma década mais velho do que vários dos seus principais rivais, mas o que para alguns pode ser um problema, para o português pode ser uma mais-valia.

"A experiência pode controlar nervosismos, ansiedades, a própria regata, pois vai haver atletas a quererem sair muito rápido para liderar a prova e outros que vão mais lentos para subir na parte final. Tenho de fazer a minha estratégia, a minha prova, focar-me apenas na minha tarefa", sublinhou, até porque vai ter de lutar contra dois canoístas húngaros, alemães e australianos, grandes potências internacionais da modalidade, além de todos os outros.

O canoísta tem sido alvo de muitas manifestações de apoio e carinho, algo que o deixa "feliz pelo reconhecimento do percurso até hoje", contudo também o deixa algo "preocupado".

"Caso não traga a medalha, e há sempre essa possibilidade, pois o nível competitivo é alto, qual será a reação das pessoas? Temos de ser bastante resilientes e estar focados para tentar fazer com que as coisas corram pelo melhor", disse.

Apesar de tudo, esse é um tema que não lhe toma muito tempo, uma vez que parte para Paris "super tranquilo, relaxado, bem disposto, com alguma confiança, não demasiada".

"Responsabilidade era chegar a casa e não ter o que dar de comer aos meus filhos. O trabalho está feito. Quero conseguir dar o meu melhor e sair de consciência tranquila", concluiu.

Já o seu treinador de sempre, Hélio Lucas, garante que "a preparação está bem feita" e o seu pupilo está "numa das melhores etapas" da sua carreira, apontando como principal meta atingir a final em Paris2024, uma vez que "o nível competitivo está bastante elevado".

Pimenta, que vai competir em K1 1.000 metros, a partir de quarta-feira, vai ter a companhia nos Jogos Olímpicos dos igualmente campeões do mundo em K2 500 metros João Ribeiro e Messias Baptista, bem como Teresa Portela, em K1 500.

Teresa Portela quer melhorar o sétimo lugar de Tóquio2020

Teresa Portela fixou entretanto como objetivo para Paris2024 melhorar o sétimo lugar conseguido em Tóquio2020, em K1 500 metros, naqueles que vão ser os seus quintos Jogos Olímpicos.

"O meu objetivo desde sempre é melhorar o último desempenho. Fui sétima em Tóquio, por isso é difícil. No entanto, os últimos meses foram feitos muito focados, bastante duros, principalmente em termos mentais. Mas estou preparada. Independentemente do resultado, estou tranquila com o que fiz e, por isso, vou aceitá-lo", disse à partida para Paris.

Aos 36 anos, a canoísta de Gemeses, Esposende, assume que é "outra pessoa" em relação às primeiras experiências olímpicas, ainda assim sempre focada em aproveitar as oportunidades que a vida e o desporto lhe dão.

"Quando acabei Tóquio2020, senti que estava muito tranquila com o que tinha feito e, se fosse a Paris2024, ia ser para desfrutar. Mas, se agora estes forem os meus últimos Jogos, também gostava de saber que fiz um dos meus melhores resultados. Sair bem para sair tranquila. Tinha acontecido em Tóquio, mas não saí. Espero que desta vez também corra bem", concluiu.

A solo, Teresa Portela ficou-se pelas meias-finais em Pequim2008, em K1 500 metros, enquanto em Londres2012 foi oitava em K1 200 e sexta em K4 500, juntamente com Beatriz Gomes, Joana Vasconcelos e Helena Rodrigues. No Rio2016, foi 11.ª em K1 500 e, em Tóquio2020, foi sétima em K1 500 e 10.ª em K1 200.

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