Ronaldo: "Há um ar fresco agora, ideias e mentalidade diferente. Isso é muito bom"

Capitão feliz por voltar à seleção, confessou que vai adorar bater mais um recorde, e admitiu que ponderou deixar de representar Portugal, após o Mundial 2022.

Cristiano Ronaldo adora representar a seleção e não podia estar mais feliz por voltar a casa. Esta quarta-feira, o jogador do Al Nassr reafirmou ainda a importância da mudança no comando técnico da equipa das quinas. Sem mencionar o fim de um ciclo de oito anos com Fernando Santos, lembrou que o "ambiente agora é bom" e que o método de Roberto Martínez lhe agrada.

"Os jogadores estão muito felizes, o ambiente é muito bom. É um capítulo diferente para todos nós. As energias são boas, positivas, isso é o mais importante. Há um ar fresco agora, ideias e mentalidade diferente. Isso é muito bom, nota-se muito. Estou muito feliz pelo regresso, por poder ajudar Portugal", disse o avançado do Al Nassr, na Cidade do Futebol, antes de mais um treino.

Isso que dizer que antes o ambiente não era bom? "Era bom também, mas isto é uma lufada de ar fresco. Não é melhor ou pior, é como em tudo na vida. Tem sido uma mudança boa. Se perguntar aos jogadores, todos dirão a mesma coisa, é uma energia diferente. Todos pensam que vão jogar amanhã a titular", explicou o capitão, ressalvando que virá à seleção sempre e quando achar que contam com ele.

O jogador reafirmou ainda a importância da mudança. Sem mencionar o fim de um ciclo de oito anos com Fernando Santos, lembrou que "a motivação está intacta, ano após ano". "Aquilo que sinto, é como se fosse a primeira vez. Adoro jogar com a Seleção. São vinte anos e estar aqui e não é fácil. Estou muito feliz. Se o selecionador achar que sou uma mais-valia darei sempre o meu melhor, para colocar Portugal ao mais alto nível, eu e os meus colegas. Esta é a minha casa e sinto-me muito bem aqui", garantiu.

Numa conferência de Imprensa que foi uma verdadeira declaração de amor à seleção, CR7 defendeu que "só a mudança em si é positiva". Sem optar por um discurso de ressabiamento, devido aos acontecimentos no Mundial 2022 - deixou de ser titular e levou um raspanete público do então selecionador Fernando Santos - , Ronaldo reafirmou várias vezes que "agora o ambiente é bom", e que se nota o "ar fresco e as ideias novas".

O que leva a dizer isso? "Há muitos jogadores diferentes, possivelmente o sistema mudará, mas não me compete falar disso. As mudanças são boas na vida. O que vivemos na seleção é muito positivo. Sente-se algo especial e positivo. A intensidade é muito boa, é diferente. Tenho a certeza que a seleção estará preparada para o que vier. Tenho a certeza que Portugal será uma equipa com mais ataque", respondeu o jogador do Al Nassr.

"O que mais notei é a dinâmica, sempre a andar, não há muitas paragens. Sempre ligados, é como gosto, sou assim na vida. Aprendo bastante com os jovens, nova geração tem sempre algo para ensinar. Como sou o mais velho, tento incutir neles algo., estou sempre pronto para ajudar. Faz parte do meu ADN. Temos um ambiente misto, jovens e menos jovens. O grupo está bem repartido. As coisas têm corrido bem. Nota-se que todos os jogadores estão na expectativa de jogar bem. Quando se sente isso é bom".

Aos 38 anos o compromisso de Ronaldo com a seleção é o mesmo do primeiro dia: "Acho que o meu papel na seleção, nos últimos 15 anos, se calhar dez, foi sempre o mesmo. Virei sempre à seleção quando acharem que contam comigo. A minha motivação é intacta, estou aqui e é como se estivesse a primeira vez, adoro jogar pela seleção. Estou muito feliz, isto é a minha casa e sinto-me muito bem aqui."

Se espera jogar a titular e com quem, Gonçalo Ramos ou outro, CR7 lembrou que já partilhou o ataque com muitos avançados desde que se estreou pela seleção com 18 aninhos. "Eu vou tentar fazer o que sempre fiz, estar disponível, fazer o melhor possível. Estarei sempre preparado e cabe ao mister decidir o que achar melhor. Um avançado, dois... Nós, jogadores, temos de estar sempre preparados para o que seja preciso e eu, mais um ano, vou estar preparado", garantiu, depois de dizer que se sente "muito bem fisicamente".

Sobre o futuro e o desejo de jogar o Euro 2024, quando tiver 40 anos, Ronaldo disse que a mudança que sofreu a nível desportivo e pessoal e levam a não fazer planos: "Passo a passo, hoje não faço planos a longo prazo, penso assim, a minha família também. Sobre o Gonçalo Ramos, é uma boa pergunta. Tem feito uma temporada extraordinária no seu clube."

Questionado sobre o que pensou no pós-Mundial, se considerou abandonar a seleção, Ronaldo assume que sim: "Não vou mentir. Na nossa vida temos de meter tudo em cima da balança. Pensámos, refletimos, eu e a minha família, mas depois chegámos à conclusão que, apesar das dificuldades, não podemos atirar a toalha ao chão. Consegui ver situações em diferentes ângulos. Aprendi muito com isso. Estou contente de regressar. O selecionador mostrou que contava comigo. Eu sempre quis jogar. Como sabem, ele falou com todos e comigo também. E consegui perceber que tenho muito para dar à Seleção. Sinto isso, quero isso e o meu desejo é levar Portugal ao mais alto nível."

Se jogar frente ao Liechtenstein, quinta-feira, no Estádio José Alvalade, no arranque da qualificação para o Euro 2024, CR7 torna-se no jogador mais internacional de sempre, com 197 jogos. "Recordes são sempre coisas positivas. É a minha motivação, gosto de batê-los. Já tenho bastantes e o de amanhã é especial. Tenho de confessar que me deixa orgulhoso. Gostava de ser o mais internacional, mas acrescentar ainda mais. Se contarem comigo, estarei sempre disponível", admitiu um Ronaldo feliz

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