Carlos Carvalhal, o carrasco do Benfica que procura voltar a fazer história

O Benfica-Sp. Braga das meias-finais da Taça da Liga é também um duelo entre Carlos Carvalhal e o seu antigo adjunto, Bruno Lage. Reencontram-se esta quarta-feira (19.45, SIC), mas em campo neutro, no Municipal de Leiria, depois de, no sábado, os minhotos terem ido ganhar ao Estádio da Luz (2-1), dando assim seguimento ao legado do carrasco Carvalhal.Em 23 duelos com o Benfica, Carvalhal venceu sete, empatou cinco e perdeu 11. Os primeiro jogos aconteceram há quase 25 anos, na época 2000-01, quando era técnico do Desp. Aves, tendo perdido um (1-5) e empatado outro (4-4). Seria no banco do Belenenses que celebraria a primeira de sete vitórias em 23 confrontos. Na época 2004-05 conseguiu um triunfo expressivo, por 4-1.Três temporadas depois voltou a bater as águias, dessa vez pelo Vitória de Setúbal, na segunda mão da 4.ª eliminatória da Taça da Liga, eliminando o Benfica da prova que os sadinos acabariam por conquistar. Ainda na época 2007-08, Carlos Carvalhal conseguiu dois empates e uma derrota (0-3) perante os encarnados.No comando do Marítimo e do Sporting não conseguiu qualquer triunfo entre 2008 e 2010. Depois de uma década a trabalhar no estrangeiro, o treinador regressou a Portugal para liderar o Rio Ave, mas o reencontro com as vitórias diante dos encarnados só aconteceu quando assumiu o comando Sp. Braga em 2020-2021, uma temporada em que o treinador brilhou com três triunfos em quatro duelos. Um triunfo por 3-2 no Estádio da Luz abriu o mote para um ano histórico para os minhotos, que ainda bateram os encarnados nas meias-finais da Taça da Liga dessa época e na final da Taça de Portugal de 2021, disputada em Coimbra, na qual o Sp. Braga bateu o Benfica, por 2-0, e levantou o troféu. Na época seguinte, os bracarenses de Carlos Carvalhal sofreram uma pesada derrota no Estádio da Luz (6-1), que vingaram na segunda volta do campeonato 2021-22, no Municipal de Braga ao vencerem por 3-2. Já esta temporada, depois de consumar o seu segundo regresso a Braga como treinador, Carvalhal voltou a impor uma derrota ao Benfica do seu antigo adjunto, Bruno Lage: foi no sábado com um triunfo por 2-1. Esta noite em Leiria é dia de novo duelo, que vale o acesso à final da Taça da Liga, que se realiza no sábado. “Vou deixar um dado: nos últimos sete confrontos com o Benfica, vencemos cinco [com Carvalhal a treinar o Braga]. Se vencermos mais um, não é regularidade, mas uma situação extraordinária. Vencer na Luz não é fácil, o Braga conseguiu-o poucas vezes na história, mas conta é o momento, e é preciso acreditar que é possível”, atirou o treinador bracarense, assumindo que espera um Benfica “a dar mais qualquer coisa”, em comparação com a partida da I Liga.Carlos Carvalhal não pode contar com Rodrigo Zalazar e tem Sikou Niakaté e Paulo Oliveira em dúvida, mas nada que belisque as “aspirações legítimas a estar na final” pela sexta vez, numa prova que o Sp. Braga já venceu por três vezes, sendo o atual detentor do troféu.Do outro lado estará Bruno Lage, que foi adjunto de Carvalhal no Swansea e no Sheffield Wednesday, entre 2015 e 2018. Em setembro voltou a assumir o comando do Benfica para render o alemão Roger Schmidt. O treinador dos encarnados admitiu que quem ocupa o seu cargo “está sempre sob enorme pressão”. “Se ganhamos por cinco, temos de ganhar por sete. Quando ganhamos por um, não é suficiente. Não é o Bruno Lage, é outro treinador qualquer. Temos de ter a capacidade de fazer as pessoas acreditarem. Isso é fundamental para o nosso trabalho. Só há um caminho: vencer, vencer e vencer. Isso está enraizado, é nosso e temos vivido isso”, disse, quando questionado sobre as duas derrotas consecutivas nos últimos jogos.O Benfica é o recordista de troféus (sete em 17 edições), mas não ergue um troféu há nove anos. “Será um jogo diferente. Vamos com uma determinação enorme para vencer um título que o Benfica não vence desde 2016. Vamos com enorme motivação para fazer um bom jogo e estarmos na final”, defendeu.Admitindo não estar preocupado com o mercado ou com possíveis saídas do plantel, Bruno Lage deixou um recado aos jogadores: “Conto com todos, não abandono ninguém, mas para trabalharem comigo, os jogadores têm de andar no limite em todos os aspetos. Só assim podem conseguir jogar a este nível.”isaura.almeida@dn.pt

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