Champions. Benfica pode inspirar-se no Colónia, Metz e PSG para eliminar o Barcelona
EPA/ALEJANDRO GARCIA

Champions. Benfica pode inspirar-se no Colónia, Metz e PSG para eliminar o Barcelona

A equipa treinada por Bruno Lage perdeu por 0-1 na Luz e, para conseguir o apuramento, terá de fazer ao Barça aquilo que só três equipas conseguiram na história das provas da UEFA.
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O Benfica perdeu por 1-0, na Luz, com o Barcelona no jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões e terá vencer, terça-feira (17.45 horas, SportTV5) no estádio Olímpico de Montjuic para eliminar os catalães. E a verdade é que não é missão impossível, tendo em conta a magra vantagem da equipa treinada por Hansi Flick, mas a história mostra que só três equipas conseguiram dar a volta a eliminatória europeia, depois de perderem em casa com o Barça: Colónia em 1980, Metz em 1984 e PSG em 2024.

Apesar de liderar a Liga espanhola, a equipa catalã não está a fazer uma época espetacular e soma cinco derrotas no campeonato, três delas em casa, mas só um grande Benfica, que esta época venceu quatro dos cinco jogos fora na Champions, pode ter hipóteses de tirar uma das grandes potências europeias da prova milionária. Foi isso que o PSG fez no ano passado: a equipa francesa, onde jogam Vitinha, Nuno Mendes, Gonçalo Ramos e João Neves perderam em Paris, por 2-3, mas deram a volta em Barcelona com um triunfo por 4-1, eliminando a equipa então treinada por Xavi, seguindo assim para as meias-finais.

Em 1984, os blaugrana estiveram no meio de um dos maiores escândalos europeus e uma das noites europeias “mais negras” da história do clube, segundo a imprensa espanhola. Comandados por Bernd Schuster, os catalães passearam em Metz (4-2) e escrevia-se na altura que os franceses iam à Catalunha fazer turismo. Até o técnico Marcel Husson garantiu que tinha um presunto para oferecer ao adversário, para que o Metz não ficasse só com más recordações de Barcelona.

No entanto, o avançado esloveno Toni Kurbos fez o jogo da sua vida ao marcar três dos quatro golos em pleno Camp Nou com - apenas 25 mil dos 90 mil espetactadores viram o jogo até ao fim - perante a humilhação de 1-4, que apurou o Metz para a segunda eliminatória da Taça das Taças.

Antes, em 1980, nos 16 avos-de-final da Taça UEFA (atual Liga Europa), depois de vencer por 1-0 na Alemanha, o Barça sucumbiu frente ao Colónia por 0-4 no jogo do Camp Nou, quando a qualificação era dada como certa. A antiga estrela Kubala era o treinador dos espanhóis e dois dias depois foi demitido, dando depois lugar a Schuster, que sofreria humilhação igual quatro anos depois.

Já o Benfica, que foi derrotado no Estádio da Luz, já esteve nesta situação, de tentar reverter um resultado negativo obtido na primeira mão numa eliminatória da UEFA, por oito vezes sendo que por apenas por uma vez conseguiu seguir em frente. Foi em 1999, com o Dínamo Bucareste. Depois de perder por um golo, em casa (1-0), as águias lideradas por Jupp Heynckes foram à Roménia vencer por 2-0 e seguirem em frente na Taça UEFA (atual Liga Europa). São estes os bons exemplos que o Benfica de Bruno Lage terá de seguir se quiser apurar-se.

Di María, Carreras e Bruma não, Florentino talvez

Bruno Lage rejeitou a ideia do Benfica poder entrar ansioso diante do Barcelona, na segunda mão dos oitavos, lembrando as boas entradas nos últimos duelos com os catalães. “Sinto a equipa tranquila, confiante e teremos de ter a capacidade de reproduzir o que fizemos nos outros jogos. Temos de ter coragem e ambição de fazer o nosso jogo, criar oportunidades e marcar para seguir em frente, que é o nosso objetivo. Seria um prestígio enorme seguir em frente”, disse o treinador, que deixou Di María em Lisboa.

O castigado Carreras e Bruma, que não foi inscrito na prova, também são baixas para o encontro, enquanto não é certo que Florentino Luís regresse ao onze. “Carimbar” a passagem aos quartos de final é o objetivo, mas é preciso vigiar e bloquear as dinâmicas entre Raphinha, Lamine Yamal e Lewandowski. Tomás Araújo poderá ser um dos eleitos a quem Lage irá entregar essa missão. Como defesa central ou lateral direito é-lhe “indiferente”. Apesar de considerar que joga de forma mais natural a central, Tomás Araújo diz estar a “gostar de jogar a lateral direito” e acha que tem dado “boa conta do recado”.

Já o treinador do Barcelona elogiou o trabalho de Bruno Lage e alertou para os resultados conquistados pelo Benfica nos jogos fora de casa, na Liga dos Campeões. Por isso, segundo Hansi Flick, o apuramento está longe de ser dado como garantido: “O sentimento no balneário é unânime: ninguém pensa que está acabado.”

isaura.almeida@dn.pt

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