Benfica chega aos quartos em excesso de velocidade e com benção de Ramos
Golos de Rafa, Gonçalo Ramos (dois), João Mário e David Neres ditaram apuramento e mais 10,6 milhões de euros para os cofres. Adversário será conhecido no dia 17.
O Benfica apurou-se hoje para os quartos de final da Liga dos Campeões com uma goleada histórica e vários momentos de grande nível futebolístico. O triunfo sobre o Club Brugge (5-1) foi conseguido com golos de Rafa, Gonçalo Ramos (dois), João Mário e David Neres e permite às águias sonhar (legitimamente) com mais. É a primeira vez que uma equipa portuguesa entra no grupo das oito melhores em épocas consecutivas.
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Para lá de aumentar as possibilidades a nível desportivo, o apuramento vale 10, 6 milhões de euros. O que significa que, esta época, os encarnados garantiram até agora 71,6 milhões. O adversário dos quartos de final da Champions será conhecido no sorteio de dia 17... e basta olhar para o quadro ao lado para ver quem são os potenciais adversários. Além do Benfica, hoje também se apurou o Chelsea de João Félix.
Galvanizados pela vantagem de dois golos conseguida na primeira mão (2-0) e mais de 60 mil papoilas saltitantes nas bancadas do Estádio da Luz, a equipa encarnada entrou na partida a toda a velocidade e foi penalizado pelo VAR! Com 1 minuto e 17 segundos jogados João Mário marcou um golo que podia muito bem ser um hino ao futebol - golo de calcanhar - não tivesse sido anulado (bem) por fora de jogo de Gonçalo Ramos.
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O excesso de velocidade só não voltou a ser penalizador aos 15 minutos porque Florentino Luís falhou aquilo que na gíria futebolística se chama de "golo feito". Caso tivesse acertado na baliza, o lance seria, muito provavelmente, anulado por posição irregular de João Mário, que minutos depois protagonizou nova jogada para golo. O camisola 20 falhou a baliza por muito pouco.
Apesar das flagrantes oportunidades da equipa de Schmidt o jogo estava mais aberto e dividido do que as oportunidades falhadas do Benfica mostravam. Os belgas corrigiram finalmente os posicionamentos à passagem da meia hora e passaram a controlar melhor as investidas encarnadas. Mas foram traídos nessa intenção pelo desestabilizador um-para-um de Gonçalo Ramos, que descobriu Rafa Silva no coração da área para a trivela do 1-0.
Com Aursnes mais apagado pelas investidas ofensivas de Bah, o trio Rafa-João Mário-Gonçalo Ramos dava baile à defensiva belga. O avançado tinha servido Rafa para o primeiro golo e criou ele o segundo numa jogada individual que mostra toda a versatilidade do seu jogo ofensivo. O festival de Ramos iria continuar no segundo tempo.
Ramos & Ramos limitada...
O intervalo chegou logo depois, com as bancadas da Luz em delírio. Apesar de não haver impossíveis no futebol - como lembrou na véspera Schmidt, para colocar o Benfica no lote de candidatos a vencer a Champions - parecia impossível os belgas marcarem quatro golos em 45 minutos para empatarem a eliminatória. Até porque não mostraram ter argumentos ofensivos para isso em toda a primeira parte (o Brugge terminou sem qualquer remate à baliza contra os 11 do Benfica).
A única má notícia era o cartão amarelo de Otamendi, que o obrigará a cumprir castigo no jogo da primeira mão dos quartos de final. Talvez por isso Roger Schmidt não tenha abdicado do capitão para o segundo tempo. Nem de Florentino, Gonçalo Ramos, João Mário. Voltaram todos para o segundo tempo e os adeptos agradeceram porque iriam estar ligados a mais dois golos.
O Benfica chegou ao terceiro golo em mais uma bela jogada finalizada pelo melhor marcador da equipa, que reforçou o estatuto no jogo de ontem. O camisola 88 chegou aos 23 golos na época. Nos últimos 20 anos só um português marcou mais golos de águia ao peito numa época (Pizzi, 30 golos em 2019-20).
O jogo entrou na fase da gestão e com as muitas paragens inerentes às muitas substituições. Dava a ideia que se os encarnados pressionassem mais podiam ampliar o marcador e ir à procura da maior goleada na Luz. E conseguiram-no da marca dos 11 metros. Babakar derrubou Gilberto de forma ingénua (ou desesperada) na grande área e João Mário fez o 4-0 de penálti. Foi o 20.º golo do médio na época, o 6.º na Champions.
Ainda faltavam jogar 15 minutos e David Neres fez o 5-0 pouco depois de entrar, mas a partida só terminou quando Bjorn Meijer fez o golo de honra do Brugge, que premeia a boa Champions que fez até encontrar o rolo compressor em que se tornou o Benfica do alemão Schmidt.
VEJA OS GOLOS
1-0 Rafa (Benfica)
2-0 Gonçalo Ramos (Benfica)
3-0 Gonçalo Ramos (Benfica)
4-0 João Mário (Benfica)
5-0 David Neres (Benfica)
5-1 Bjorn Meijer (Club Brugge)
isaura.almeida@dn.pt