Albuquerque diplomado com um histórico 5.º lugar no dia do adeus de  Diogo Ribeiro
JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

Albuquerque diplomado com um histórico 5.º lugar no dia do adeus de Diogo Ribeiro

Ginasta melhorou resultado de Nuno Merino na estreia olímpica aos 18 anos. Irina Rodrigues garantiu final do lançamento do disco ao contrário de Liliana Cá. Nadador admitiu má fase entre críticas à organização dos Jogos Olímpicos.
Publicado a
Atualizado a

Gabriel Albuquerque garantiu hoje o melhor resultado de sempre de Portugal nos trampolins em Jogos Olímpicos, ao finalizar em 5.º lugar. O ginasta melhorou assim  o 6.º lugar de Nuno Merino (Atenas2004), que , como selecionador,  assistiu in loco ao feito do sucessor e ainda ouviu do pupilo um “já foste”.  

Criança hiperativa, o mais jovem atleta da comitiva portuguesa (18 anos) fazia muito desporto para gastar energias e aprendeu a concentrá-las nos trampolins, modalidade que descobriu numa feira no Seixal aos quatro anos. A liberdade do voo cativou-o de imediato e aos 11 anos começou a ir a finais internacionais e a ganhar medalhas. Para abraçar outros voos mudou-se de Almada para o Algarve, para trabalhar com o treinador João Monteiro.

Albuquerque sonhava com a ida aos Jogos Olímpicos desde os sete anos de idade, tendo entrado no programa olímpico em 2020 e dado agora seguimento à representação nacional nas últimas cinco edições dos Jogos.

O diploma olímpico estava garantido para o atleta da Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé (APAGL), com a presença entre os oito finalistas, mas, depois de conseguir a quinta melhor nota da qualificação (59.750 pontos), na única rotina final, o português teve uma nota de 59.740 pontos, alcançando também o quinto lugar entre os oito finalistas da prova vencida pelo bielorrusso Ivan Litvinovich (63.090), que revalidou o título de Tóquio2020 a competir sob bandeira neutra . Os chineses Wang Zisai (61.890) e Yan Langyu (60.950) completaram o pódio.

Outra boa surpresa do dia foi Irina Rodrigues, ao lançar o disco a 62,90 metros e apurar-se para a final com a 10.ª marca da qualificação. Na quarta presença olímpica, a médica leiriense, de 33 anos, assegurou a presença na final, marcada para segunda-feira, às 19:30, em Lisboa. Já Liliana Cá, de 37 anos, depois do quinto lugar em Tóquio2020, e da medalha de bronze nos Europeus Roma2024, falhou a qualificação, ficando-se pela 14.ª marca, com 62,43 metros.

O que correu mal com Diogo?

Diogo Ribeiro não gostou da primeira experiência olímpica nem ficou contente com o desempenho nas três provas que disputou: 100 metros livres ( 28.º, 48.88 segundos), 50 metros livres (16.º, 22.01 segundos) e 100 metros mariposa (20.º, com 51.90 segundos - a sua sétima melhor marca).

O jovem nadador de 19 anos acha "que merecia e conseguia fazer mais". Então porque não conseguiu sequer uma meia final da distância em que é campeão mundial? "Ninguém sabe, mas apanhei uma bactéria nas férias após ser campeão mundial, que me condicionaram os primeiros dois meses de treino. Mas, faz tudo parte do processo. Tenho 19 anos e tudo o que estou a viver agora é para ganhar experiência e é para perceber o que é que posso fazer daqui para a frente", disse o atleta, antes de enumerar alguns fatores que dificultaram a missão de igualar a final de Yokochi em Los Angeles84.

“A única coisa que está bem é haver sempre autocarros. A alimentação não é boa. O prédio estar longe da alimentação não é bom, e estarmos a andar bastante para ir comer o que não é bom mexe connosco. Humidade. Os horários das competições. A própria piscina não tem as melhores condições. Não sou só eu a queixar-me, é toda a gente”, disse Diogo, esperando que as queixas agora denunciadas não soem a desculpa de mau perdedor, porque ele saber que podia ter feito mais e melhor. Mas que "custa a aceitar" o mau desempenho custa, embora tenha garantido que “não trocaria uma final olímpica pelo título mundial”. 

Reseumindo: a estreia olímpica foi "uma aprendizagem" para Diogo Ribeiro, mesmo sendo ele campeão do mundo - de juniores e absolutos - bronze europeu, prata mundial...: “Os portugueses podem e devem pedir mais, porque vim aqui como campeão mundial, mas acho que também têm de agradecer pelo que nós atletas fazemos, porque estamos todos os dias a trabalhar para chegar aqui e ninguém quer mais do que nós ter sucesso." 

Nader e várias eliminações

Isaac Nader mostrou-se descontente com a sua prova dos 1500 metros, apesar de ter garantido as meias-finais, ao ser sexto na segunda série da primeira ronda de qualificação. O atleta do Benfica, que seguiu diretamente para as meias-finais, agendadas para as 21:10 locais (20:10 em Lisboa) de domingo, reforçou a sua crença de estar na final, mas não desvalorizou o nível da prova.

Já Mariana Machado lamentou ter falhado a final dos 5000 metros ao terminar a sua série na 11.ª posição, fora dos primeiros oito lugares que davam acesso à final. E Tsanko Arnaudov e Francisco Belo falharam o apuramento para a final do lançamento do peso. O primeiro não passou dos 20.31 metros, na 16.ª posição, e ficou longe das 12 melhores, enquanto Belo não fez qualquer marca válida.

Na vela, Eduardo Marques desceu à nona posição da categoria de ILCA 7, depois de ter terminado as duas regatas do dia nas 31.ª e 15.ª posições. Na segunda regata do 470 misto, Carolina João e Diogo Costa foram terceiros e ocupam agora o 11.º lugar da geral.

isaura.almeida@dn.pt

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt