Abolir prolongamentos na Champions para retirar carga aos jogadores
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Abolir prolongamentos na Champions para retirar carga aos jogadores

Comité de Competições vai propor mudanças na principal prova europeia para aliviar carga competitiva e dar mais descanso ao futebolistas - alguns chegam a realizar 70 a 90 jogos por temporada.
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Nem um ano depois de estrear um novo formato na Liga dos Campeões, com 36 equipas a competirem numa única fase de liga, a UEFA já estuda algumas mudanças na prova para retirar carga competitiva aos jogadores. Abolir os prolongamentos é uma delas.

Segundo o jornal Bild, o Comité de Competições de Clubes está a preparar uma proposta que apresentará na reunião no próximo dia 30 de maio, em Munique, e que depois fará chegar ao Comité Executivo. As mudanças incidem em três pontos específicos, que pretendem encurtar o tempo de jogo e o desgaste dos atletas já na temporada 2025/26.

Desde logo com a abolição dos prolongamentos - atualmente são mais 15 minutos cada parte, num total de meia hora extra. Caso este modelo vingue, uma eliminatória que termine empatada na fase a eliminar segue imediatamente para o desempate por grandes penalidades.

A ideia de acabar com os prolongamentos reúne grande aceitação, sendo encarada como solução para para aliviar a carga dos jogadores. Já no passado mês de fevereiro, a UEFA e representantes do sindicato dos jogadores (FIFPro) discutiram essa possibilidade em Nyon, na Suíça, logo após o sorteio dos play-offs.

A ideia é reduzir o tempo de jogo, já que o calendário tem sido alvo de críticas pela sobrecarga e aumento do risco de lesões. Os treinadores também reclamam por mais tempo de treino e recuperação de jogo para jogo.

O calendário competitivo ganhou este ano uma nova prova, o Mundial de Clubes, organizado pela FIFA, e são cada vez mais os que se queixam da sobrecarga de jogos. Ainda esta semana o treinado do Barcelona considerou “inacreditável” o calendário. Há equipas na Europa e na América do Sul que fazem entre 70 e 90 jogos por temporada. Jogadores como Pedri (Manchester City). Rodri (Barcelona) ou Bruno Fernandes (Manchester United) realizam mais de 50 jogos por época e estão mais de 5mil minutos em campo há mais de cinco épocas seguidas.

O fator casa como prémio

O grupo de trabalho também estuda a hipótese dos oito primeiros classificados, na fase de liga, serem brindados com uma vantagem competitiva - jogarem em casa na segunda mão dos oitavos de final, quartos e meias finais.

Esta alteração ocorre depois do Arsenal (3.º na fase liga) ter manifestado preocupação de estar a jogar a maior parte das segundas mãos das eliminatórias fora de casa. Aconteceu nos quartos de final com o Real Madrid, que terminou a fase liga em 11.º, e irá ser assim nas meias finais com o PSG, que terminou m 15.º.

Atualmente, a regra prevê que as equipas que terminam entre os oito primeiros saltam o play-off da competição, e jogam a partida da segunda mão dos oitavas de final em casa. Mas, nos quartos de final e na meia final, é por sorteio.

Está ainda em cima da mesa a possibilidade de equipas do mesmo país se poderem defrontar, apenas, a partir dos quartos de final da competição, à imagem daquilo que já acontecia no modelo anterior. Mas, nesse caso, o emparelhamento dos clubes para as fases a eliminar dificulta a alteração e obrigará a uma alteração de regulamentos.

Estas ideias podem esbarrar no novo Comité Executivo do organismo que manda no futebol europeu, que já este mês, numa reunião da comissão de competições, torceu o nariz à ideia e assegurou que o formato atual deverá ser mantido na próxima temporada. Agora é preciso esperar por dia 30 de maio para saber qual das versões vai vingar.

isaura.almeida@dn.pt

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