A dança do pombo que Tite e o Brasil querem eternizar e a psicologia invertida da Croácia
O Brasil já chegou 13 vezes aos quartos-de-final de Mundiais e levou a melhor em oito ocasiões, sendo que as cinco derrotas ocorreram frente a seleções europeias. Daí que Tite tenha bordado o duelo de hoje com a Croácia com as devidas vénias à vice-campeã mundial de 2018 (perdeu a final com a França), apesar da canarinha nunca ter perdido com os croatas.
Para o selecionador brasileiro, do outro lado "há qualidade técnica individual, qualidade técnica coletiva, resiliência e persistência". Mas do lado brasileiro há um "padrão a repetir: fazer um jogo de excelência". Para isso muito contribuirá o relatório do espião Ricardo Gomes, o antigo defesa-central do Benfica que é olheiro da seleção e ficou responsável por analisar a seleção croata.
Sobre o eventual desrespeito pelos adversários devido à dança do pombo, celebrizada pelos jogadores no Qatar, o técnico foi muito claro. "Sinto muito e não vou fazer comentários de quem não conhece a história e cultura do Brasil, o jeito de ser. Eu respeito a cultura e aquilo que sou, a seleção que trabalho. É a cultura brasileira, e ela não vai desmerecer nenhum outro. Se tiver que dançar, vou dançar. Só que tenho que treinar mais. O pescoço é duro", disse Tite, sem revelar se vai poder utilizar o lateral-esquerdo Alex Sandro, lesionado.
A Croácia tem em Luka Modric, o capitão e líder de uma equipa que, tal como o Brasil, esbanja talento. O croata vê "favoritismo" no adversário, naquele que será o grande teste dos croatas no Mundial 2022. "Foi muito bom chegar aos quartos, mas queremos mais. A maior partida está à nossa frente. O Brasil é sempre favorito, mas temos de dar o nosso melhor. Não podemos ficar satisfeitos só com os quartos", disse o jogador, antevendo que será "difícil tentar parar" Vinicius Júnior, "um excelente jogador", com quem partilha o balneário no Real Madrid.
Já Zlatko Dalic, selecionador da Croácia minimizou as danças brasileiras: "Eu não gostaria que os meus jogadores fizessem, mas é a cultura deles. Eles gostam e podem." Depois de admitir que Borna Sosa pode voltar ao onze, prometeu lutar por uma vaga na meias-finais do Mundial. Quem vencer vai jogar com o vencedor do Argentina-Países Baixos.