Toalhas, comida vegan e chefs privados: os bastidores do Rock In Rio

A área dos camarins do festival está sempre em movimento. Cada espaço é adaptado às necessidades dos artistas, tendo em atenção a alimentação e número de pessoas na equipa.
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Por detrás do Palco Mundo, o palco principal do Rock in Rio, estão localizados os camarins dos artistas. É por lá que as estrelas que levam milhares ao Parque da Bela Vista se preparam antes de entrar em palco. Na visita que o DN fez ao espaço, a uma semana do início do festival, ainda faltavam móveis, alcatifas e o bar, mas em breve estará tudo a postos e este será o local por onde andarão os principais músicos do festival.

Com um cartaz que mistura bandas mais recentes e outras mais antigas e experientes, foram estas últimas que acabaram por fazer pedidos mais simples. Comida vegan e alguns pedidos especiais por causa de alergias alimentares, são alguns dos exemplos. Ingrid Berger, é a responsável dos camarins do festival, além disso trata da gestão do catering conta: "Muitas bandas vão chegar de autocarro e é preciso ter pequeno-almoço preparado muito cedo. Tenho de arranjar casas de banho para duches com cerca de 100 toalhas mas isso é uma coisa normal." Este ano apesar de não existir nenhum pedido bizarro, a banda Muse vai trazer o seu próprio chef e pediram uma cozinha unicamente para eles. Em 2018, o grupo também passou pelos palcos do Rock in Rio mas não existia cozinha privada.

"Ofereci a cozinha do catering mas disseram-me que não iam andar com a comida toda na mão", explicou a responsável pelos camarins. A solução encontrada foi "simples": foi montada uma cozinha no lounge dos camarins. "O estagiário dessa edição provou a comida do chef dos Muse e disse que estava uma delícia." Este ano com o mesmo chef, Ingrid criou uma cozinha especialmente perto do camarim dos artistas britânicos.

A maior preocupação da responsável vai para o grupo Duran Duran, pelo número de pessoas da equipa que vão estar nos camarins, que serão muitos . Por outro lado, Post Malone é a surpresa, "Nunca trabalhei com Post Malone, então não sei o que esperar. Todos os outros já trabalhei com eles. Mas o que me dá mais trabalho não são os artistas em si mas sim os assistentes que exigem muitas coisas", afirmou na conversa com o DN.

Apesar desta edição contar com menos dias de festival, isso não quer dizer menos trabalho do backstage. 19 é o número total de camarins nesta edição do Rock in Rio, que vão servir mais de 50 artistas. O lounge geral vai ter quatro artistas por dia.

Este ano o espaço adaptou a mesma linguagem e decoração que a área VIP com muitas plantas e madeira. A entrada dos artistas no recinto far-se-á diretamente para a zona do backstage, sem terem de passar pelo recinto.

Os maiores camarins vão ficar para os cabeças de cartaz como os Muse, Duran Duran e Black Eye Peas, seguido dos segundos cabeças de cartazes e por último os camarins mais pequenos são para os restantes artistas. No entanto, este espaço está sempre em movimento e adaptação. Cada espaço é adaptado aos artistas e às suas necessidades.

Na edição de 2014, foi necessário um piso unicamente para os Rolling Stones, por exemplo. Os restantes artistas ficaram com o piso de baixo. Por isso, nos dias de festival que se seguiram muitos camarins ficaram vazios.

Apesar de Ingrid não ter ainda um número certo de garrafas de água que serão necessárias para os artistas, é preciso ter em conta o calor e a quantidade pedida para cada fim de semana.

Toda a parte dos camarins vai ter um protocolo relativamente à covid-19 diferente do resto do festival, tornando a área mais segura para os artistas. Esta área vai estar apenas aberta aos artistas e o staff, há uso obrigatório de máscara, desinfetante e haverá também um ponto de testes. "As bandas vêm de vários locais e vão daqui para outros países, por isso é muito importante este protocolo. Imaginem que um deles fica doente, essa é a última coisa que queremos", acrescentou.

Não há pedidos de gastronomia portuguesa mas há sempre elementos representantes do país nos camarins. "Nem que seja pelos pastéis de Belém."

mariana.goncalves@dn.pt

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