Soprano italiana Mirella Freni morreu aos 84 anos

A cantora italiana de ópera Mirella Freni morreu este domingo, aos 84 anos, na sua casa, em Modena, Itália. Em 1993 e 2000 atuou em Lisboa.

A soprano morreu de uma doença muscular degenerativa, disse , informou o seu agente. Jack Mastroianni, da empresa IMG Artists.

Freni estreou-se profissionalmente no Teatro Municipal de Modena, em março de 1955, como Micaela, em "Carmen", de Bizet, e a sua última ópera foi o papel de Joana d'Arc em "The Maid of Orleans", de Tchaikovsky, em abril de 2005, na Ópera Nacional de Washington.

Nasceu a 27 de fevereiro de 1935, em Modena, com o apelido Fregni, que depois mudou para Freni, por considerar que era mais fácil de pronunciar. Era sobrinha da soprano Valentina Bartolomasi e partilhou a mesma ama-de-leite com aquele que viria a ser o cantor mais famoso de Modena, Luciano Pavarotti.

As mães de Mirela e Luciano trabalhavam na mesma fábrica e, por vezes, vestiam as duas crianças com roupas idênticas, recordou a cantora em entrevistas, lembrando também que os dois viajaram juntos para Mantua para estudar com o compositor e professor Ettore Campogalliani.

Estreou-se aos 20 anos e casou-se de seguida com o seu professor, o pianista e maestro Leone Magiera, fazendo uma pausa de três anos na carreira. Em 1961, retomou o percurso, atuando desde logo na Royal Opera House, de Londres, e, dois anos depois, no Scala, de Milão, duas das principais salas de ópera a nível mundial.

Com o maestro austríaco Herbert von Karajan, maestro principal da Filarmónica de Berlim durante mais de 30 anos, deixou um legado gravado que inclui "La Bohème", "Madame Butterfly", "Aida" e "Otello", entre outras óperas.

Freni atuou por duas vezes em Portugal, sempre em Lisboa. A primeira, em 25 de setembro de 1993, no Teatro Nacional de São Carlos, na contagem decrescente para a iniciativa Lisboa - Capital Europeia da Cultura, quando o teatro lírico completava 200 anos.

Regressou para um segundo espetáculo, no dia 18 de setembro de 2000, no Coliseu dos Recreios, também inteiramente dedicado a "Árias de Ópera", em que revisitou as suas personagens de eleição, das heroínas de Verdi, Puccini ao universo de Tchaikovsky e Massenet.

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