Poesia de Fernando Pessoa sobe ao palco ao som dos acordeões
Ode Marítima é o nome da nova peça que vai estrear no Teatro Ibérico, em Lisboa, nos dias 2, 3, 9 e 10 de outubro, às 21h00, e que traz ao palco o poema emblemático de Álvaro de Campos, o heterónimo pessoano, com o mesmo nome do espetáculo.
"Este poema evoca um certo imaginário dos barcos, viagens e sonoridade o que nos permite fazer uma nova leitura da obra. É um poema contemporâneo e livre em que o poeta transforma-se em vários objetos", quem o explica é João Garcia Miguel, dramaturgo, encenador e o único que vai subir ao palco do Teatro Ibérico para a peça Ode Marítima. Com o mesmo nome do poema do heterónimo pessoano Álvaro de Campos, esta vai estar em palco em Lisboa nos dias 2,3, 9 e 10 de outubro.
Este espetáculo cuja encenação, produção e interpretação estão a cargo de João Garcia Miguel e conta ainda com uma participação especial do grupo de acordeonistas portugueses Danças Ocultas, que irá acompanhar ao vivo o espetáculo.
Questionado sobre como surgiu a ideia para fazer este espetáculo, João Garcia Miguel explicou que "já tinha trabalhado com esta obra nos anos 2008/2009 e na altura misturava os sons marítimos com o imaginário, mas decidi que era o momento de recriar esta grande obra de Fernando Pessoa que marca uma época e que é um hino à descoberta e ao mundo novo".
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Quanto à escolha do grupo Danças Ocultas, o encenador defendeu: "como os conheço sei que o ruído, a sonoridade e o modo como utilizam os acordeões é muito característico deste grupo musical porque além de conseguirem transmitir sons marítimos na perfeição, também conseguem dar um novo sentido ao imaginário dos espetadores."
E João Garcia Miguel prossegue: "É um poema que nos orienta e limpa-nos a alma porque retrata uma nova teatralidade ao fazer um apelo coletivo e simultaneamente permite que o público possa ir à descoberta da sua individualidade".

© Assessoria de Imprensa
Ao juntar música, texto, bem como uma grande dimensão de interpretação, a nova roupagem ao texto de Fernando Pessoa apresenta aos espetadores uma multiplicidade de perspetivas sobre a sociedade, aspeto característico da escrita do poeta português.
"Para nós, enquanto Companhia, há textos da literatura portuguesa que são incontornáveis e que, pela sua força e história, nunca desaparecem do nosso imaginário. Este é o caso de "Ode Marítima", de Fernando Pessoa, obra que quisemos trazer a palco, mas numa versão diferente, mais adaptada aos dias de hoje, e longe de uma leitura direta e naturalista do original. Depois de termos levado este espetáculo a cidades como Aveiro e Torres Vedras, locais onde foi tão bem recebida pelo público, sentimos que era a altura ideal de a trazer a Lisboa, ao nosso espaço que é o Teatro Ibérico", através de quatro sessões exclusivas", explica João Garcia Miguel, ator e encenador do espetáculo.
Ao regressar à infância do poeta do século XX, a obra debate ainda temas importantes como a solidão, a confusão da cidade e a fantasia, contando ainda com várias narrativas que fazem uso da ironia. A interpretação completa-se com um som e luz cénica diferenciados, que aqui se revelam centrais para a experiência do espetador.
Os bilhetes têm um custo de 10€ e podem ser adquiridos na Ticketline ou na bilheteira do próprio teatro, através de bilheteira@teatroiberico.org.